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Marcelo dá tempo a Costa: “Ainda vamos longe do fim da história”

O teste da rua diz ao PR que o povo que quis a maioria do PS ainda não virou
O teste da rua diz ao PR que o povo que quis a maioria do PS ainda não virou
Nuno Fox/lusa

É cedo para descolar de um Governo com três meses, dizem-lhe os sinais da rua. Presidente dá tempo a Costa (e a Montenegro). Atento aos “problemas estruturais que não foram resolvidos”

Marcelo dá tempo a Costa: “Ainda vamos longe do fim da história”

Ângela Silva

Jornalista

“Há muitos problemas estruturais que não foram resolvidos. Vamos ver se contribuo para que ainda algo seja possível em termos estruturais na sociedade portuguesa.” À conversa com o Expresso na semana em que a maioria absoluta socialista cumpre três meses em funções, o Presidente da República assume querer dar tempo ao terceiro Governo de António Costa, de quem espera que, uma vez liberto da ‘geringonça’, passe da gestão do dia a dia para a resolução dos problemas de fundo com que o país continua confrontado e de que o SNS é apenas um exemplo.

Criticado pelos que gostariam de o ver assumir uma posição mais dura e se exasperam ao ouvi-lo segurar a ministra da Saúde com as urgências de obstetrícia em pré-rutura, Marcelo Rebelo de Sousa resiste a assumir-se como um trouble maker e fá-lo por três razões. Primeira: quando está prestes a entrar em cena um novo líder do PSD que é suposto liderar a oposição, o Presidente acha um erro retirar-lhe espaço (coisa que aponta a Cavaco Silva). Segunda: ele próprio gostaria que a sua década em Belém ficasse associada a algo de mais estrutural do que reza a história dos últimos seis anos, e para isso um bom desempenho do Executivo, quanto mais não seja na execução do PRR, além de ser um ganho para o país, pode sê-lo também para o Presidente. Terceira: mesmo que o tempo lhe venha a dar argumentos para descolar do Governo, Marcelo acha que é cedo. O Executivo tem três meses de vida e um chefe de Estado quatro anos em oposição também se desgasta a si próprio.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt

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