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Benfica quer pedir áudio das comunicações com VAR e volta a deixar críticas: "Alguma coisa vai ter de mudar. Doa a quem doer"

Este artigo tem mais de 5 anos

Benfica volta a deixar duras críticas à arbitragem do clássico e apontou também a mira ao FC Porto. Águias querem ter acesso ao áudio da comunicação entre Carlos Xistra e o VAR, Fábio Veríssimo.

Atuação de Carlos Xistra e de Fábio Veríssimo como VAR no clássico motivaram muitos protestos por parte dos responsáveis do Benfica
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Atuação de Carlos Xistra e de Fábio Veríssimo como VAR no clássico motivaram muitos protestos por parte dos responsáveis do Benfica

Leonel de Castro/Global Imagens

Atuação de Carlos Xistra e de Fábio Veríssimo como VAR no clássico motivaram muitos protestos por parte dos responsáveis do Benfica

Leonel de Castro/Global Imagens

O Benfica quer pedir o áudio das comunicações realizadas entre Carlos Xistra, árbitro principal, e Fábio Veríssimo, vídeo-árbitro, durante a meia-final da Taça da Liga em Braga com o FC Porto que os dragões venceram por 3-1. Em paralelo, o jornal Record avança também que o VAR do clássico, que pertence à AF Leiria, vai ficar de fora do ativo nas próximas semanas. Na habitual newsletter diária, o clube da Luz falou em “noite de vergonha”: “Alguma coisa vai ter de mudar. Doa a quem doer”.

Falta sobre Gabriel no 0-1? Mão de Seferovic no 1-1? Rafa fora de jogo no golo anulado? Os casos do clássico

“Que fique para sempre na memória e na história do futebol português o árbitro, mas sobretudo o VAR do jogo realizado ontem à noite em Braga. Mais do que a vergonha que todos sentimos perante o despudor com que se desvirtua a verdade desportiva, fica a falta de respeito que demonstraram por si próprios. Uma ofensa à função de árbitros. E fica também o orgulho perante a entrega e exibição da nossa equipa, que a cada injustiça, a cada erro absurdo, a cada dualidade de critério, respondeu da forma mais digna”, defende o texto, que destaca ainda “o apoio exemplar que os adeptos deram à equipa do primeiro ao último minuto, mais significativo ainda durante a segunda parte – após os acontecimentos que geraram a revolta de todos os benfiquistas”.

“A degradação acentuada do setor da arbitragem nacional, em geral, e mais em particular a falta de condições de Fábio Veríssimo para continuar a exercer, seja no relvado ou na função de vídeo-árbitro. Por um lado, motivos de orgulho que nos fazem ter a certeza, cada vez mais, de que estamos no caminho certo. Por outro, motivos de vergonha (alheia) que nos fazem ter a certeza, cada vez mais, de que alguma coisa vai ter de mudar. Doa a quem doer”, acrescenta, rematando: “Todos sabemos bem quem é o presidente que surge em gravações a escolher árbitros e a convidá-los para sua casa e também a oferecer-lhes a famosa ‘fruta’ ou viagens ao Brasil. Um tempo cada mais vivo e presente. Assim, nem surpreende muito o absurdo da falta de bom senso que foi ter Rui Pinheiro de serviço neste Benfica-FC Porto. O delegado da Liga que esteve no clássico de Braga é sobrinho de Reinaldo Teles (braço-direito de Pinto Costa) e filho de Joaquim Pinheiro (vice-presidente do FC Porto). Perante isto…”

“Esse homem não pode apitar mais!”, disse Vieira no final do jogo

Após o encontro, vários elementos dos encarnados manifestaram o desagrado por algumas decisões tomadas ao longo do partida, nomeadamente a validação do primeiro golo dos azuis e brancos por Brahimi e, sobretudo, a anulação do golo de Pizzi, que daria o empate para as águias a dois em cima do intervalo, por posição irregular de Rafa no início da jogada.

“A primeira parte foi equilibrada, com ocasiões para ambos os lados. Fizemos o golo do empate mas não contou. Na segunda parte fomos em busca da vitória, criámos muitas ocasiões, mas não conseguimos concretizar. Depois corremos riscos e deu-se o resultado final. O objetivo é o golo e, quando não conta, pesa em qualquer equipa”, disse Rúben Dias na flash interview.

“Não costumo falar de arbitragem, nem o vou fazer. Estamos a passar por um período no futebol em que é importante refletirmos e isso passa pela credibilidade do produto. Treinamos para jogar melhor e quando acontecem coisas que, agora com ajuda das imagens, são simples de ver – ou é, ou não é – e depois assobia-se para o lado, isto não torna o jogo num produto credível e as pessoas vão-se afastando do futebol”, comentou Bruno Lage numa primeira instância. “Já disse que não vou comentar a arbitragem, não o costumo fazer. Falei sobre o VAR porque temos de dar credibilidade às coisas. Há possibilidade de ver se é ou não. O que não pode acontecer é umas vezes ser e outras não”, acrescentou na conferência de imprensa o treinador benfiquista.

Bruno Lage diz que não fala sobre arbitragem mas lembra que “entre o é e o não é há uma diferença enorme”

“O que se passou é algo que nos deixa bastante preocupados. Preocupados e de que maneira. Debaixo desta nuvem de fumo dos emails, do Mala Ciao e o que anda mais para aí, que muita gente já nos condenou na praça pública mas que o tribunal não nos vai condenar de certeza… Quando nós assistimos a um homem que está com câmaras de televisão à frente dele, que é árbitro e que não consegue distinguir se é fora de jogou ou não, se não consegue distinguir se há falta ou não no primeiro golo, esse homem não pode apitar mais!”, começou por referir Luís Filipe Vieira sobre o responsável pelo VAR, Fábio Veríssimo.

“Esse homem não pode apitar mais!”. Vieira critica atuação do VAR e detalha última reunião com Conselho de Arbitragem

“Quando, com uma televisão à frente, tem a lata de dizer ao árbitro para anular o primeiro golo do Benfica… Menos mal que depois o árbitro teve a coragem de o validar… Isto é algo que nos deixa cada vez mais preocupados. Um homem destes, com não sei quantas câmaras, não vê que não é fora de jogo nem consegue distinguir se há falta ou não no meio-campo. Hoje, na dúvida é fácil castigar o Benfica. Ainda hoje perdemos um administrador, o Rui Costa, que foi expulso. Já nos tiraram o Tiago Pinto, o Rui Costa e depois assistimos impávidos e serenos ao que é um banco de um lado e de outro. Da nossa parte qualquer pessoa que é expulsa é castigada severamente e assim vamos passando e distraindo uns com os outros”, acrescentou o líder encarnado.

O que dizem os especialistas de arbitragem sobre os casos?

As opiniões a propósito desses dois lances que têm sido mais colocados em causa dividem-se entre os vários especialistas dos jornais nacionais, que acrescentam ainda outros possíveis erros no clássico a contar para a Taça da Liga.

Luís Gonçalves e Rui Costa expulsos por protestos durante a primeira parte do Benfica-FC Porto

“Óliver, sem tocar na bola, tocou com o seu joelho esquerdo na perna esquerda de Gabriel, provocando a queda deste”, defende Jorge Faustino no Record sobre o primeiro golo do FC Porto, numa visão inversa à de Marco Ferreira: “Gabriel tenta fazer a rotação e perde posição para Óliver, que fica com a bola de forma correta e sem infração”. Sobre o lance do golo invalidado a Pizzi, as opiniões também divergem: “A linha virtual é colocada no pé para avaliar a posição dos jogadores mas é o tronco de Óliver que parece colocar Rafa em jogo. Golo mal anulado em lance difícil e não suficientemente claro para justificar a intervenção do VAR”, salienta Jorge Faustino; “Rafa tinha o pé ligeiramente adiantado em relação à linha defensiva adversária – o braço do defesa não conta na análise. Imagens não são claras e o VAR não pode reverter a decisão do assistente”, diz Marco Ferreira. Faustino refere ainda que Seferovic poderia ter visto o segundo amarelo aos 82′, num lance que Ferreira entende ter sido bem avaliado.

No jornal A Bola, o ex-árbitro internacional Duarte Gomes admite irregularidades nos dois lances e acrescenta ainda mais um erro na atuação de Carlos Xistra (e do VAR). “Óliver comete falta sobre Gabriel no início da jogada do primeiro golo do FC Porto. Erro também do vídeo-árbitro ao não intervir, como determina o protocolo”, escreve sobre o 1-0 de Brahimi. “Rafa aparentou estar em linha com Óliver no momento do passe que lhe foi dirigido por Seferovic. Lance dificílimo mas que pareceu mal avaliado pelo árbitro assistente”, diz sobre o golo anulado a Pizzi, falando ainda de uma grande penalidade por assinalar logo aos oito minutos de Rúben Dias sobre Corona: “Lance subjetivo mas aparentemente mal decidido”.

Também os três antigos árbitros do painel do jornal O Jogo, Jorge Coroado, Jorge Leirós e Fortunato Azevedo, consideram que houve falta para penálti do central português sobre o ala mexicano, mantendo a mesma unanimidade sobre os dois lances reclamados pelas águias: não existe falta de Óliver Torres sobre Gabriel no lance que dá origem ao 1-0 de Brahimi e Rafa está adiantado no momento do passe de Seferovic que daria depois o golo anulado a Pizzi. Há ainda um lance que no entender de Coroado e Azevedo foi mal analisado – o cartão amarelo a André Pereira aos 57′ que deveria ter sido vermelho. “Foi grosseiro no modo e com a sola da bota atingiu a curva do pé de Samaris. Cartão correto seria o vermelho”, defende o primeiro. “A entrada é muito negligente e colocou em causa a integridade física do adversário. Cartão vermelho por mostrar”, diz o segundo. Fortunato Azevedo é o único a considerar o golo do Benfica irregular, por domínio da bola com o braço de Seferovic.

[Recorde as imagens em vídeo dos casos do jogo analisados pelos especialistas em arbitragem]

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