O Governo português dispensou a ajuda de meios aéreos italianos na véspera do incêndio Monchique. Os dois aviões Canadair foram disponibilizados no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
A notícia é avançada pelo Diário de Notícias (DN), que afirma que Portugal terá ativado este mecanismo comunitário preventivamente no início do mês. Na altura, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocava 36 concelhos do país em “alerta máximo de incêndio” e previa uma onda de calor com os termómetros a passar os 40ºC.
“Portugal acionou preventivamente o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, antecipando a possibilidade de ter de reforçar o dispositivo de meios aéreos devido ao risco de incêndio previsto para todo o território continental”, esclareceu o Ministério da Administração Interna ao jornal DN.
Em resposta a Bruxelas, Itália disponibilizou dois aviões Canadair. No comunicado emitido pela Proteção Civil italiana no dia 1 de agosto, o país diz-se “disposto a enviar” os meios aéreos e “um representante do Departamento Italiano de Proteção Civil e do Corpo Nacional de Polícia” para apoiar os pilotos e facilitar o contacto com as autoridades portuguesas. No mesmo comunicado, Itália garante que a dispensa dos aviões teve “em consideração as necessidades relacionadas ao território nacional [italiano], garantindo a eficiência inalterada da frota aérea do Estado para a gestão de incêndios na Itália”.
O envio dos meios aéreos chegou a ser dado como certo pelos meios de comunicação italianos, que na segunda-feira noticiavam que os aviões já se encontravam a caminho do nosso país. Contudo, no no dia 2 de agosto (véspera do início do incêndio de Monchique), Portugal terá colocado os meios italianos em “standby”.
Na sequência do incêndio de Monchique, o governo português acabou por pedir ajuda a Espanha, o que se concretizou no envio de três aviões Canadair no dia 4 de agosto (um dia depois de o incêndio de Monchique ter deflagrado. “A opção foi por dar preferência a aviões Canadair a operar a partir de Espanha, imediatamente disponíveis e com menores exigências logísticas”, justificou a fonte do Ministério da Administração Interna contactada pelo DN.
Nesta sexta-feira, após sete dias de intenso combate às chamas, o incêndio foi dado como controlado. De acordo com a Proteção Civil, já não existem frentes ativas e ocorrem agora operações de rescaldo. No total, arderam 28.500 hectares, 41 pessoas ficaram feridas e pelo menos 50 habitações ficaram destruídas.
Portugal é o país com mais área ardida na Europa e fogo de Monchique é o maior