Tal como tinha acontecido na única vez em que tinha estado nos oitavos de final da Liga dos Campeões, o Sporting foi eliminado. Tal como tinha acontecido na única vez em que tinha estado nos oitavos de final da Liga dos Campeões, o Sporting foi goleado por uma das principais equipas europeias. Mas, ao contrário do que tinha acontecido na única vez em que tinha estado nos oitavos de final da Liga dos Campeões, o Sporting não saiu humilhado. Bem pelo contrário.

Rúben construiu uma equipa para quem o orgulho significa tudo (a crónica do Manchester City-Sporting)

Em 2008/09, os leões caíram com estrondo perante o Bayern Munique: perderam por 0-5 em Alvalade, na primeira mão, e pioraram as contas com uma goleada por 7-1 na Alemanha, na segunda mão. Há três semanas, quando o Sporting também perdeu por 0-5 em casa na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões mas contra o Manchester City, temeu-se o pior para a segunda mão no Etihad. A equipa de Rúben Amorim, porém, arrancou um empate sem golos em Inglaterra e não avolumou as contas da eliminatória, mantendo o orgulho e deixando uma imagem muito positiva na despedida das competições europeias.

E o primeiro a vincar isso mesmo foi Adán, guarda-redes leonino, que evitou o golo do City com várias defesas ao longo do jogo. “Depois do resultado do primeiro jogo que a eliminatória ficou praticamente impossível. Nós tentámos fazer crescer os jogadores com pouca experiência e a equipa. Temos de ficar orgulhosos, faz parte do processo. Sabemos de onde vimos, o Sporting tem de estar preparado para disputar estes jogos. A equipa esteve melhor defensivamente e eles também não jogaram com a mesma clareza. Saímos satisfeitos. É incrível. Estiveram aqui milhares de pessoas e só podemos agradecer”, atirou o guardião na flash interview, vincando o apoio dos cerca de 2.500 adeptos leoninos que estiveram em Manchester e que se fizeram ouvir no estádio durante toda a partida.

Já Rúben Amorim destacou que o Sporting fez um “jogo esforçado” em que passou “a maior parte do tempo a defender”. “Ao intervalo, melhorámos. A entrada do Edwards deu-nos mais qualidade na saída. Saio satisfeito qb.. Saio melhor do que no último jogo mas vale o que vale”, começou por dizer o treinador, comentando depois o facto de ter lançado Paulinho a partir da esquerda, com Slimani enquanto referência ofensiva. “Deu bons sinais nos jogos e segura bem a bola. Sabíamos que íamos jogar mais baixos e queríamos duas referências. É robusto, fez um excelente jogo. Não interessa a posição, um jogador inteligente adapta-se”, acrescentou Amorim, detalhando depois a evolução da equipa desde que assumiu o comando técnico, há dois anos.

“Tem que ser positivo quando um clube vai pela segunda vez aos oitavos de final da Champions. Temos de ver a diferença dos clubes, tivemos muito azar no sorteio. Não esquecer que no ano passado fomos eliminados pelo LASK Linz [no playoff de acesso à Liga Europa] e este ano fomos eliminados pelo City, uma das melhores equipas do mundo”, disse o técnico, destacando depois e estreia de Rodrigo Ribeiro, de apenas 16 anos, na equipa principal do Sporting. “Não lhe disse nada de especial, não sabia se ia entrar ou não. É mais fácil assim, não tem tempo para pensar. É muito inteligente, muito novinho, teve ainda uma oportunidade para marcar. Não está lançado, estes vamos começando a lançar. Isso é o que o [Gonçalo] Inácio está a fazer ou o Dani [Bragança], os outros ainda estão no início”, terminou.

O Sporting encerra a participação na Liga dos Campeões desta temporada com três vitórias, um empate e quatro derrotas. Marcou 14 golos, o melhor registo de sempre dos leões na competição, e sofreu 17, sendo que 14 desses foram concedidos a Manchester City e Ajax.