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Galeno entrou, soprou e a casa em ruínas caiu (a crónica do FC Porto-Tondela)

Este artigo tem mais de 3 anos

Contra o Tondela, o FC Porto nunca foi brilhante e beneficiou de um penálti e de uma expulsão para catapultar uma goleada. Galeno entrou, marcou e assistiu e fez cair uma casa que já estava em ruínas.

O avançado estreou-se a marcar nesta segunda passagem pelo Dragão
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O avançado estreou-se a marcar nesta segunda passagem pelo Dragão

LUSA

O avançado estreou-se a marcar nesta segunda passagem pelo Dragão

LUSA

Sp. Braga, Rio Ave, Vizela, Benfica, Benfica, Estoril, Vizela, Belenenses SAD, Famalicão, Marítimo, Arouca, Sporting, Lazio, Moreirense, Lazio, Gil Vicente, Sporting e P. Ferreira. Foram 18 jogos, 15 adversários e quatro competições. Ao longo de três meses, desde o início de dezembro e da derrota contra o Atl. Madrid que ditou a eliminação da Liga dos Campeões, o FC Porto não perdeu com ninguém, em lado nenhum, para nenhuma prova. Até à passada quinta-feira.

Os dragões caíram em casa, frente ao Lyon e na primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa, e foram confrontados com o sabor da derrota — algo que há muito não conheciam. Este domingo, novamente no Dragão e contra o Tondela, o FC Porto teria de reagir a um resultado negativo e voltar rapidamente às vitórias — algo que há muito não conhecia. Para além de não querer ver reduzida a vantagem face ao segundo lugar do Sporting, a equipa de Sérgio Conceição tinha a preocupação de não cair numa espécie de vórtice descendente que colocasse também em causa as aspirações nas competições europeias.

Ficha de jogo

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FC Porto-Tondela, 4-0

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto)

FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Mbemba, Fábio Cardoso, Wendell (Zaidu, 70′), Pepê (Fábio Vieira, 61′), Uribe, Vitinha (Galeno, 70′), Otávio, Evanilson (Francisco Conceição, 61′), Taremi (Toni Martínez, 78′)

Suplentes não utilizados: Marchesín, Rúben Semedo, Grujic, Stephen Eustáquio

Treinador: Sérgio Conceição

Tondela: Trigueira, Tiago Almeida, Manu Hernando, Sagnan, Marcelo Alves (Eduardo Quaresma, 85′), Neto Borges, Pedro Augusto (Boselli, 77′), D’Almeida, Undabarrena (Tiago Dantas, 74′), Dadashov (Rafael Barbosa, 74′), Daniel dos Anjos

Suplentes não utilizados: Niasse, Javier Avilés, Bebeto, Telmo Arcanjo

Treinador: Pako Ayestarán

Golos: Taremi (gp, 45′), Galeno (73′), Fábio Vieira (76′), Francisco Conceição (79′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Neto Borges (3′), a Manu Hernando (33′ e 66′), a Wendell (37′); cartão vermelho por acumulação a Manu Hernando (66′)

“O Tondela é sempre difícil. No ano passado criou-nos alguns problemas aqui no Dragão. Cabe-nos a nós preparar este jogo e apresentar a melhor equipa para ganhar. Agora só posso dizer coisas boas, se digo coisas menos boas dizem que facilitamos. Tenho de dizer top dos adversários, que são as equipas mais fortes do mundo. Porque se disser que o adversário tem algumas fragilidades defensivas, depois dizem que eu facilito ou que passei mal a mensagem ao balneário. Como se eu fosse um treinador desse género. Isto indo ao encontro da maior parte dos comentários do último jogo que fizemos”, disse o treinador dos dragões na antevisão da receção aos beirões.

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Ora, sem Pepe, que teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica depois de um choque com a cabeça contra o Lyon, Sérgio Conceição lançava Fábio Cardoso no eixo defensivo ao lado de Mbemba — e não Rúben Semedo, que foi o eleito para substituir o internacional português ao intervalo na Liga Europa. Zaidu também começava no banco, com Wendell a ser titular na esquerda da defesa, e mantinha-se a aposta em Uribe, Vitinha, Otávio e Pepê, com Taremi a fazer dupla Evanilson no ataque. Do outro lado, num Tondela que começava a partida dentro da zona de despromoção e vindo de cinco jornadas sem ganhar, Pako Ayestarán fazia três alterações face ao empate com o Belenenses SAD, trocando Bebeto, Tiago Dantas e Rafael Barbosa por Tiago Almeida, Undabarrena e Dadashov.

Numa primeira parte bem mais complicada para o FC Porto do que aquilo que, teoricamente, seria de esperar, o Tondela apresentou-se sem grandes receios no Dragão. Os beirões conquistaram dois pontapés de canto logo nos instantes iniciais, com o segundo a causar alguns calafrios a Diogo Costa depois de um desvio inadvertido em Uribe (2′), e os dragões só conseguiram responder através de um remate de Wendell após uma assistência de Pepê (6′). O remate do lateral que Trigueira defendeu, aliás, seria mesmo a única oportunidade da equipa de Sérgio Conceição durante muito tempo, já que o Tondela obrigou o FC Porto a recuar as linhas e contrariou sempre a saída de bola apoiada.

O conjunto de Pako Ayestarán beneficiou mesmo de um período muito positivo no Dragão, com Daniel dos Anjos (12′), Pedro Augusto (20′) e D’Almeida (21′) a rematarem todos no espaço de poucos minutos, e o FC Porto ia cometendo erros essencialmente na zona do meio-campo. A equipa não conseguia desdobrar o ataque, sendo travada pela pressão alta e eficaz do adversário mas também pela própria displicência, e Taremi ia sendo o arquétipo de tudo isso, falhando diversos passes na ligação entre o meio-campo e a zona mais adiantada. Na direita, João Mário procurava contrariar a entrada morna dos dragões e era mesmo o elemento mais disruptivo, somando passes verticais e de rotura, mas o Tondela ia conseguindo adiar o primeiro golo do FC Porto e chegou a estar até perto de abrir o marcador.

Ainda antes da meia-hora, Pepê e Mbemba protagonizaram duas das melhores ocasiões dos dragões, com um cabeceamento por cima (22′) e outro à malha lateral (25′) — em lances que tinham sempre origem no corredor direito –, e já perto do intervalo, Neto Borges obrigou Diogo Costa a uma intervenção remediada com um pontapé que saiu muito junto à trave (39′). Nos últimos instantes da primeira parte, contudo, o azar acabou por bater à porta do Tondela e tornar inglória toda a exibição até aí realizada. Sagnan acertou em Taremi enquanto tentava aliviar uma bola na área de Trigueira, Gustavo Correia recorreu às imagens do VAR e acabou por assinalar uma grande penalidade que o iraniano converteu (45′).

O FC Porto saiu para o intervalo com um resultado bem melhor do que a exibição e com a certeza de que, a não ser que alterasse radicalmente a atitude apresentada na primeira parte, teria muitas dificuldades para manter ou até aumentar a vantagem conquistada mesmo na reta final do primeiro tempo. Pelo meio, apesar de ter tido no golo um dos únicos pontos positivos de 45 minutos algo apagados, Taremi ia somando números: mantém-se 100% eficaz nos penáltis, com oito em oito, igualou Evanilson enquanto melhor marcador da equipa com 18 golos e já marcou sete vezes em seis jogos aos beirões, a vítima preferida do iraniano em Portugal.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Tondela:]

Nenhum dos treinadores mexeu ao intervalo e o jogo mudou completamente de figura, com o FC Porto a provocar uma clara redução do ritmo e da intensidade através da posse de bola e da variação de flancos. O Tondela ia demonstrando menor capacidade para responder e reagir, pecando também na pressão alta, mas a verdade é que os erros que os dragões iam cometendo na saída de bola permitiam à equipa de Pako Ayestarán ir criando aproximações à baliza de Diogo Costa, como aconteceu com um remate ao lado de Dadashov depois de uma perda de bola de Evanilson (60′).

Por esta altura, Sérgio Conceição decidiu injetar alguma velocidade na equipa e lançou Fábio Vieira e Francisco Conceição. A dupla substituição culminou com a expulsão de Manu Hernando, que viu o segundo cartão amarelo, e a história do jogo mudou por completo a partir do momento em que o treinador dos dragões carregou ainda mais ao lançar Galeno. O FC Porto aumentou a vantagem por intermédio do avançado ex-Sp. Braga (73′), que entrou decidido a mostrar-se e foi um dos grandes responsáveis pela subida de rendimento da equipa; chegou ao terceiro golo através de Fábio Vieira e na sequência de uma arrancada de Galeno (76′); e ainda carimbou a goleada por Francisco Conceição (79′).

Até ao fim, já pouco aconteceu. Toni Martínez ainda marcou, com uma recarga após uma defesa de Trigueira (88′), mas o lance foi anulado por fora de jogo e o resultado não voltou a alterar-se. O FC Porto voltou às vitórias depois da derrota na Liga Europa, goleou o Tondela no Dragão e ficou à condição com mais nove pontos do que o Sporting, que só defronta o Moreirense esta segunda-feira. Num dia em que os dragões não foram brilhantes, em que a grande penalidade em cima do intervalo foi crucial e em que a expulsão de Manu Hernando mudou tudo, Galeno foi decisivo a partir do momento em que entrou — acelerou, soprou, marcou, assistiu e fez cair uma casa que já estava em ruínas.

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