Numa altura em que o mundo regista mais de dois milhões e meio de casos de infeção pelo novo coronavírus, surge uma proposta alternativa para um sistema de respiração que pretende evitar contágios por parte dos profissionais de saúde – só em Portugal havia, a 7 de abril, 1.435 infetados.
A proposta foi publicada no European Respiratory Journal e foi recentemente implementada na unidade que trata pacientes infetados por Covid-19 no hospital Lady Davis Carmel, em Israel. Pode ser usada como primeira linha de tratamento no combate à pandemia, tendo em conta pacientes com insuficiência respiratória, de maneira a adiar – ou até mesmo evitar – a necessidade de intubar ou de recorrer à ventilação mecânica, segundo é argumentado no artigo divulgado do médico Yochai Adir e respetiva equipa.
O sistema proporciona respiração não invasiva aos pacientes, que ficam isolados debaixo de uma proteção de plástico – no interior, o ar é filtrado antes de ser devolvido à atmosfera hospitalar. Na publicação científica, é explicado que o uso de suporte respiratório não invasivo face à Covid-19 pode gerar aerossóis, compostos por pequenas partículas que podem conter o vírus e que podem permanecer suspensas no ar, o que aumenta o risco de infeção para os profissionais de saúde. Este sistema é, então, apresentado como uma solução, mas também como uma resposta ao número reduzido de ventiladores, um problema global provocado pela pandemia.
Neste sistema, a metade superior do corpo do paciente fica isolada numa câmara de ar, como também explica o El Mundo, debaixo de uma cobertura de polietileno flexível, um dos tipos de plásticos mais comuns. Tal permitirá receber a ventilação não invasiva de diferentes formas com segurança.
A cobertura de polietileno serve de “barreira física entre os profissionais de saúde e o paciente”, sendo que existe um espaço de 5 a 7 centímetros entre o corpo do paciente e a cobertura que permite a intervenção hospitalar. “O sistema permite acesso rápido em caso de emergência, na direção do tórax ou da cabeça, permitindo intubação rápida ou RCP (reanimação cardiorrespiratória)”, lê-se ainda no artigo científico.
De modo a avaliar a eficácia do equipamento, foi solicitado a nove médicos e enfermeiros na unidade de resposta à Covid-19 no hospital israelita para preencher um pequeno questionário — a pontuação geral do sistema foi 9,1 em 10.