Tinha tudo para ser mas não foi e até se falou na maldição da Netflix. Partindo da pole position no Grande Prémio da Rússia na semana em que estava a ser acompanhado pela plataforma de streaming para a terceira temporada da reconhecida série “Formula 1: Drive To Survive”, Lewis Hamilton não destruiu a parte dianteira do carro nem fez piões como na Alemanha em 2019 mas condicionou toda a corrida com duas penalizações por arrancar durante o período de safety car quando não o podia fazer e não foi além do terceiro lugar atrás de Valtteri Bottas e Max Verstappen, adiando por mais umas semanas o inevitável momento em que se tornará o piloto com mais vitórias em Grande Prémios a par do alemão Michael Schumacher entre muitas críticas à FIA.
Feeling really honoured to be mentioned in the same likeness as a driver like Michael. What happened today is beyond my wildest dreams. I can’t express how grateful I am to all the fans, and to my amazing team for being with me on this journey. This is for us #91 pic.twitter.com/ZXaq17qd06
— Lewis Hamilton (@LewisHamilton) October 11, 2020
“Tenho a certeza de que nunca ninguém sofreu uma penalização de cinco segundos antes por algo tão ridículo. Excessivo? Claro que é. Mas já era de esperar. Eles estão a tentar parar-me, não estão? Sempre que uma equipa está na frente, fica debaixo de escrutínio. Tudo o que temos no carro é triplamente verificado, estão a mudar as regras, como as regulamentações do motor e outras coisas para manter a corrida excitante, acho eu. Não sei se as regras em termos do que aconteceu hoje [na Rússia] têm algo a ver com isso mas é o que me faz sentir. Parece que estás a remar contra a maré mas está bem. Não é como se eu não tivesse enfrentado adversidades antes. Vamos ver o livro das regras e destacar as áreas em que eles podem criar regras, áreas em que as penalizações nunca foram dadas antes. Vamos tentar proteger-nos. Só tenho de ter a certeza de que não lhes dou razões para eles fazerem seja o que for”, queixou-se Hamilton, perante uma reação mais ponderada da FIA, que decidiu até tirar a penalização de dois pontos na superlicença, argumentando que tinha sido a Mercedes a pedir para fazer o que fez.
"I was always Michael. He was phenomenal."
Lewis Hamilton recalls his days of driving as Schumacher on computer games as he pays tribute to the man he now shares F1’s wins record withhttps://t.co/XPT77R3StL#SkyF1 | #F1 | #EifelGP
— Sky Sports F1 (@SkySportsF1) October 11, 2020
Seguia-se o Grande Prémio de Eifel, no reconhecido circuito germânico de Nürburgring. Desta vez, Bottas acabou por ser o mais rápido na qualificação, à frente de Hamilton e Verstappen, com Charles Leclerc a fazer também um surpreendente quarto lugar à frente do Red Bull de Alexander Albon e dos Renaults de Ricciardo e Esteban Ocon. “É uma sensação muito boa estar na pole, especialmente quando a última volta é muito boa. São sentimentos destes que nos levam a fazer isto. A minha última volta foi perfeita, acertei em todos os detalhes, apesar de ter dificuldades no primeiro setor ao longo de toda a qualificação. Gosto muito da ideia de haver alguns pontos de interrogação amanhã. Estamos no melhor lugar da grelha, por isso vamos ver”, comentou o finlandês ao site oficial, antes de uma corrida onde Nico Hülkenberg foi chamado para substituir Lance Stroll (por motivos de saúde).
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O pelotão arrancou em Nürburgring com @ValtteriBottas a conseguir manter a liderança face ao atrevimento de @LewisHamilton ???? #F1ELEVEN pic.twitter.com/g0ISRwLbRQ
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“Este é um circuito fantástico e é ótimo voltar aqui mas hoje [sábado] não era o meu dia. Senti o carro bem na Q2 mas, na Q3, perdi um pouco de ritmo e por isso teremos de olhar para os dados para melhorar algum tempo. O Valtteri [Bottas] fez um grande trabalho, parabéns para ele. Penso que haverá várias oportunidades na corrida, teremos de ver o que acontece com o tempo e como estará a temperatura. O comportamento dos pneus será também crucial, tal como a saída ou a existência ou não de safety cars em pista. Ainda tempos tudo para disputar, estou ansioso pela prova de amanhã e vou assentar a cabeça para aparecer da melhor forma na corrida”, destacou Lewis Hamilton ao F1.com, numa análise mais abrangente às forças e fraquezas para a prova, passando ainda pela questão meteorológica que obrigou a que os treinos de sexta-feira fossem cancelados.
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Os pneus de @ValtteriBottas não facilitaram e @LewisHamilton ascendeu à liderança! #F1ELEVEN pic.twitter.com/IwOfuEkw7A
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O arranque não trouxe alterações na formação inicial, a não ser na quinta posição com Ricciardo a passar Albon, mas o primeiro lugar do finlandês sofreu aí a primeira ameaça real, sendo que na curva inicial chegou mesmo a dar a ideia que Hamilton conseguiria ficar na frente, algo que não se confirmou. Pelo menos aí. No entanto, e quando Ricciardo já tinha também superado Leclerc, uma saída numa curva de Bottas acabou não só por afetar e muito os pneus do finlandês, que teve de parar de imediato, como a própria potência do seu Mercedes. A corrida estava em definitivo comprometida e Bottas estava fora da corrida, deixando a discussão limitada a Hamilton e Verstappen, que a meio da corrida tinham cinco segundos de diferença entre si mas 53 segundos para o terceiro.
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???? @LandoNorris teve problemas de potência e não aguentou o 3.º lugar. O britânico não conseguiu terminar a corrida e obrigou à entrada do safety car. #F1ELEVEN pic.twitter.com/giPyNOOgmS
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Se na frente a corrida limitava o seu interesse à distância (a aumentar) entre o britânico e o holandês, percebendo-se desde cedo que só mesmo um problema técnico, um furo ou uma saída de pista poderia desfazer a vitória de Hamilton e a segunda posição que iria aproximar Verstappen de Bottas na classificação do Mundial, um pouco mais atrás (que é como quem diz quase a um minuto…) havia uma luta muito interessante pelo terceiro posto, com Ricciardo a deixar de ter Leclerc como adversário mais direto e a ter de preocupar-se com Sergio Pérezpor forma a garantir não só o pódio mas os 15 pontos que permitiam a subida ao quarto lugar do campeonato. A 15 voltas do final, e de novo por problemas mecânicos, Lando Norris, que seguia em sexto, teve também de abandonar, naquela que foi a quinta desistência depois de George Russell, Bottas, Esteban Ocon e Albon.
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A @RenaultF1Team não conseguia um pódio desde 2011 e nem a @RedBullRacing ficou indiferente a este feito de @DanielRicciardo ???? #F1ELEVEN pic.twitter.com/uVwLUeNdjH
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A bandeira amarela foi uma janela de oportunidade para Ricciardo parar, seguindo-se Carlos Sainz, Pérez e todos os outros. A entrada do safety car era uma espécie de respirar fundo antes das últimas dez voltas, com Hamilton a não demorar a conseguir vantagem sobre Verstappen, Ricciardo a defender o terceiro posto perante a pressão de Pérez e Leclerc, que tinha uma volta de atraso do britânico, a ganhar nova esperança na luta pela sexta posição de Gasly. No entanto, tudo ficaria na mesma, com o britânico a igualar as 91 vitórias em Grandes Prémios de Schumacher e logo na Alemanha, naquele que foi mais um passo de gigante para o sétimo título mundial.
.@F1 | GP Eifel@LewisHamilton cortou a meta e está agora ombro a ombro com Schumacher, com 9️⃣1️⃣ vitórias na @F1 ???? #F1ELEVEN pic.twitter.com/uXqQ0ZojrP
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Records are there to be broken. Well done, Lewis! @LewisHamilton #F1 #EifelGP ???????? pic.twitter.com/0eJy0Kwt1H
— Mick Schumacher (@SchumacherMick) October 11, 2020