José Mourinho sobre Pep Guardiola: “Recordo-me mais dos anos em que estive com o Pep em Barcelona do que contra ele. É certo que depois tivemos os nossos duelos mas isto não se trata de nós, não é um José contra o Josep. Bale no Tottenham? Achava que me iam perguntar sobre Agüero e Gabriel Jesus. Premier? O Liverpool vai ser campeão, o City vai ser segundo e depois sobram dois lugares. O Leicester e o Chelsea têm vantagem mas há umas quantas equipas atrás que estão próximas desses lugares, onde se encontra o Tottenham”.
23 – This is the 23rd meeting in all competitions between Spurs boss José Mourinho and Man City’s Pep Guardiola – Mourinho has lost 10 games against the Spaniard, four more than he has against any other manager. Divide. pic.twitter.com/NAqGG67t4Y
— OptaJoe (@OptaJoe) February 2, 2020
Pep Guardiola sobre José Mourinho: “As pessoas que julgam a carreira de Mourinho e que não se baseiam nos seus últimos 15 ou 20 anos é porque não entendem nada. Sei que vivemos uma época em que só se valoriza o último jogo mas não funciono assim. O que realmente valorizo é uma carreira e, nesse sentido, Mourinho está na elite e merece ser respeitado como tal porque manter-se lá em cima é o mais complicado de tudo. O seu valor não pode ser julgado pelos dois últimos anos, nem todos os períodos são iguais para os treinadores. Há épocas com mais êxito, outras com menos. Quando se chega a um lado é preciso tempo para mudar de certo modo as equipas”.
José Mourinho e Pep Guardiola conheceram-se em Barcelona, quando o primeiro era adjunto de Bobby Robson e o segundo fazia ainda a sua carreira de jogador. Ambos se tornaram treinadores, com um sucesso que alguns já iam vaticinando mas que poucos poderiam prever. Sagraram-se campeões europeus, ganharam quase tudo por onde foram passando. Nesse caminho, travaram duelos escaldantes. Como no Inter-Barcelona. Ou no Real-Barcelona (até mais aqui). Ou no Manchester United-Manchester City. Mas a rivalidade que se fazia sentir, com “picardias” antes, durante e depois dos jogos, já lá vão. E até sobram elogios entre ambos num jogo de contexto diferente. Os dois técnicos estão habituados a lutar por títulos. No limite, e quando estão no mesmo país, a jogar para tentar tirar o título um ao outro – e basta recordar a grande reviravolta do United de Mourinho no Etihad Stadium, a perder por 2-0 e a ganhar por 3-2, num jogo que podia dar festa. Agora, jogam pela melhor classificação a pensar no futuro na Liga dos Campeões e na próxima temporada, perante o total domínio do Liverpool.
Pep Guardiola has lost to José Mourinho (6) and Jürgen Klopp (9) the most in his managerial career.
No other manager has won more than three matches against him. pic.twitter.com/nmBDAy1J66
— Squawka (@Squawka) February 2, 2020
O encontro começou com as características que já eram esperadas: um Tottenham mais de expetativa e à procura de meter o primeiro passe para sair em transições rápidas, um Manchester City com mais posse e a apostar na mobilidade para desconstruir a defesa contrária. Oportunidades, essas, poucas. À baliza até quase nenhuma porque as tentativas de Mahrez e Agüero em boa posição na área bateram nos adversários. Assim, o primeiro tempo iria ficar reduzido a alguns protagonistas: Sterling, Agüero e Lloris. E o VAR, como não poderia deixar de ser.
José Mourinho’s reaction to VAR is every one of us.
Box office as usual. ???????? pic.twitter.com/EzkShRN88S
— EPL Bible (@EPLBible) February 2, 2020
Ainda antes do primeiro quarto de hora, num lance onde Dele Alli foi ao setor defensivo ajudar a equipa, Sterling teve uma entrada duríssima sobre o companheiro de equipa na seleção que foi consultada pelo VAR mas que só confirmou o amarelo ao avançado, perante os gestos de Mourinho (acabado de ver a repetição num pequeno ecrã no banco) que pedia ao quarto árbitro para que o vídeo-árbitro utilizasse óculos. Depois, na primeira chance mais flagrante, no seguimento de um grande passe de Mahrez (que justificou a entrada no onze no lugar de Bernardo Silva) para a diagonal de Agüero, o capitão Hugo Lloris ainda conseguiu dar um ligeiro toque com a ponta do pé na bola e levou o remate do argentino a bater no poste e sair para fora (27′).
Os londrinos, que estrearam Bergwijn logo de início, tinham grandes dificuldades em chegar à baliza de Ederson e seria mais uma vez o City a ter uma oportunidade flagrante para inaugurar o marcador numa grande penalidade assinalada por indicação do VAR muito tempo depois da infração de Aurier sobre Agüero – e com Guardiola a apontar para pulso reclamando do tempo demorado para marcar o penálti enquanto Mourinho se ria sentado no banco por não concordar com a decisão. Gündogan, chamado à conversão, permitiu a defesa de Lloris, Sterling tentou chegar primeiro, tocou na bola, caiu envolvido com o guarda-redes e gerou-se confusão: o City pediu nova grande penalidade, o Tottenham pediu segundo amarelo, Lloris e Sterling “pegaram-se”, houve mais jogadores aos empurrões e no final ficaram apenas amarelos para Alderweireld e Zinchenko (38′).
From big smiles to complete rage ????????
Jose Mourinho's reaction to Hugo Lloris saving Ilkay Gundogan's penalty and then realising that Raheem Sterling could potentially be given a second yellow card shows the full spectrum of the managerial emotional rollercoaster ⚽️#PL #TOTMCI pic.twitter.com/vL6iRAXs07
— SuperSport ???? (@SuperSportTV) February 2, 2020
O árbitro interpretou que Lloris tocou em Sterling mas o avançado já iria em queda no lance, não reparando num pormenor que lá levou na Premier League à repetição de grandes penalidades, que foi o claro avanço do francês antes de travar o castigo máximo. Tudo acabou por serenar, com Mourinho a seguir cinco minutos antes do apito para o intervalo em direção ao balneário e a ver de lá mais uma chance flagrante perdida pelo City com Agüero, sozinho na pequena área e com Lloris no chão, a acertar nas malhas laterais quando tinha tudo para o 1-0.
Golo do Tottenham! A equipa de José Mourinho pôs-se na frente, com um golaço do estreante Bergwijn. Que estreia de sonho! pic.twitter.com/T90wP3xOc6
— sport tv (@sporttvportugal) February 2, 2020
O segundo tempo começaria com mais um lance de perigo do City, aproveitando uma descoordenação entre Lloris e Tanganga que Alderweireld conseguiu depois tirar perto da linha, mas tudo mudou quatro minutos e a partir de um canto mal estudado: Mahrez marcou para corte fácil da defesa do Tottenham, Zinchenko carregou Winks quando ia com perigo numa transição 2×2, viu o segundo amarelo (60′) e, logo a seguir, Bergwijn conseguiu inaugurar o marcador com um remate forte de fora da área sem hipóteses para Ederson (63′). O cenário estava alterado a todos os níveis, Mourinho mexeu em duas peças com as entradas de Lamela e Ndombelé e o francês demorou pouco mais de um minuto para assistir Son para o segundo golo dos londrinos (71′).
Golo do Tottenham! Marca Son! Os "spurs", de José Mourinho, ganharam assim vantagem de 2 golos sobre os "citizens", através de mais um grande golo. pic.twitter.com/tI0IRfyG2x
— sport tv (@sporttvportugal) February 2, 2020
Com este resultado, o Tottenham sobe ao quinto lugar com 37 pontos, a quatro do Chelsea e à frente de Sheffield United (36), Manchester United (35), Wolverhampton (35) e Everton (34). Já o Manchester City mantém os três pontos de avanço para o Leicester (52-49). E quem voltou a ter mais uma jornada em grande foi o Liverpool, que passa a ter 22 pontos de avanço na Premier League e arrisca-se a ser campeão no início de março…
???????????????????????????? FINAL | Tottenham ???? Manchester City
"Spurs" de Mourinho precisaram de apenas 3 remates para marcarem 2 golos a "citizens" esbanjadores#TOTMCI #PremierLeague pic.twitter.com/pakA1bSm5v
— GoalPoint (@_Goalpoint) February 2, 2020