Diego Maradona já habituou o mundo a ser um espetáculo à parte do próprio espetáculo. El Pibe é o centro das atenções e sabe-o. Gosta. Alimenta-o. E claro que o jogo decisivo com a Nigéria, que deu à Argentina a passagem aos oitavos de final (com muitos solavancos à mistura) não podia ser exceção. O astro desenrolou uma bandeira gigante com a sua própria imagem e fez gestos exuberantes perante a amálgama de mãos e braços com telemóveis em riste para que a posteridade não perdesse pitada do show de Maradona.

Mas tudo se exacerbou no golo de Messi que abriu a contagem. El Dios comportou-se como um. Cruzou os braços no peito e depois abriu-os como se de Jesus Cristo se tratasse, inclinou a cabeça para trás e colocou os olhos no céu. Quase como se estivesse a abençoar a si próprio, com a multidão de súbditos argentinos aos seus pés. Nas redes sociais houve até quem pensasse que o antigo número 10 da seleção das pampas estava possuído, devido ao movimento que fez com os olhos no momento em que dirigiu a cabeça para cima.

https://twitter.com/piyushkaul/status/1011679980365996034

O pior veio com o golo nigeriano. Maradona teve até de ser segurado pela cintura, tal a exuberância dos movimentos e comentários em direção ao terreno de jogo. Mas na história estava escrito o golo de Rojo mesmo ao cair do pano. E aí é que El Pibe perdeu as estribeiras: virou-se para os adeptos nigerianos e levantou os dois dedos do meio das mãos — um gesto universalmente conhecido e usado quando se quer mandar alguém para uma certa parte não muito agradável. Os visados eram os mesmos com quem, antes do jogo, o antigo jogador tinha estado em amena cavaqueira. As imagens que circulam pela internet mostram-no até a dançar com uma adepta, ainda antes do apito inicial.

https://www.youtube.com/watch?v=L6CgR244cX4

Com tanta emoção à solta, não há coração que aguente. Nem mesmo o de ‘El Dios’. Por isso, Maradona acabou o jogo em mau estado e teve mesmo de ser levado em braços para fora da bancada.