Quando a Rússia deu o pontapé de saída no Mundial contra a Arábia Saudita, Artyom Dzyuba começou no banco de suplentes. Entrou aos 70 minutos para substituir Fyodor Smolov, quando a equipa já ganhava por 2-0. Um minuto depois, o avançado estreava-se a marcar em Campeonatos do Mundo, depois de aparecer a cabecear no coração da área.

Durante a celebração foi até ao banco de suplentes e bateu continência junto ao selecionador, Stanislav Cherchesov. O gesto foi replicado pelo treinador e agora Dzyuba repete-o sempre que marca um golo neste Mundial onde surge na equipa anfitriã. Já aconteceu mais duas vezes: uma contra o Egito e outra contra a Espanha, quando o avançado marcou o golo que deu o empate no jogo dos oitavos de final, que os russos acabaram por vencer nos penáltis.

O Mundial está a correr bem para Dzyuba, o homem que nasceu em Moscovo em 1988, filho de pai russo e de mãe ucraniana. Começou a carreira no Spartak Moscovo e estreou-se pela equipa principal em 2006, num jogo da Taça da Rússia contra o FC Ural. Depois andou alguns anos emprestado ao Tom Tomsk e ao Rostov, antes de chegar em definitivo ao Zenit em 2015, quando André Villas Boas era o treinador. Durante as duas primeiras épocas participou em 78 jogos pelo clube de São Petersburgo.

Na última temporada, sob o comando de Roberto Mancini, as coisas complicaram-se. Nunca foi uma opção efetiva e mostrou a sua insatisfação, o que levou o clube a emprestá-lo ao Arsenal Tula, clube sediado a 200 quilómetros de Moscovo. O avançado de 1,96m adaptou-se à nova equipa e teve a oportunidade de se vingar do treinador que poucas oportunidades lhe dera. Aconteceu na 27.ª jornada do Campeonato russo, quando o Arsenal Tula recebeu o Zenit.

No contrato de empréstimo tinha ficado estipulado que Dzyuba não poderia jogar contra a equipa de São Petersburgo. Aliás, até o poderia fazer se o Arsenal Tula pagasse uma multa de 150 mil euros. O clube não tinha dinheiro para pagar a utilização de atleta num único jogo mas Dzyuba queria jogar e propôs pagar metade da multa. O negócio foi aceite e o avançado foi a jogo. Aos 88 minutos, marcou o golo que deu o empate (3-3) e celebrou muito. Primeiro, junto ao seu banco de suplentes, depois correu e passou ao pé de Mancini, virando-se de costas e apontando para o seu nome.

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