A festa do primeiro jogo dos quartos de final vestiu-se de branco, azul e vermelho. Raphael Varane tornou-se no primeiro defesa das últimas duas décadas a marcar pela França num Campeonato do Mundo: o último tinha sido Laurent Blanc num jogo contra o Paraguai em 1998 que valeu o primeiro Golo de Ouro em Mundiais. Mais: foi o primeiro defesa em mais de cinco décadas a marcar um golo de cabeça perante uma equipa adversária em Campeonatos do Mundo, um feito que também faz dele e de Patrick Vieira os únicos a marcarem pelo ar após livres indiretos em Mundiais pela França. Além disso, Varane acumula assim três golos com a camisola gaulesa, depois de ter passado três anos em jejum sem ter chegado às redes adversárias desde que tinha marcado dois golos em dois jogos consecutivos — um contra o Brasil e outro contra a Suécia — mas sempre em particulares.

Griezmann, o francês com raízes portuguesas e alemãs que joga em Espanha mas gosta é do Uruguai (e do compadre Godín)

Graças a Varane e a Griezmann, que está a um golo de se equiparar a Zidane no quarto lugar da lista dos maiores goleadores em fases finais, a França quebrou a maldição que lhe mantinha longe das meias-finais de um Campeonato do Mundo há 12 anos, quando outra equipa sul-americana, o Brasil, foi eliminada pelos gauleses durante o Mundial 2006 na Alemanha.

A ver a festa passou ficou Fernando Muslera, para quem tudo o que aconteceu foi pior do que as aparências deixam transparecer. É que no momento em que pisou o relvado, Fernando Muslera, cujo nome herdou do uruguaio Fernando Morena embora os médicos que o trouxeram ao mundo tenham tentado convencer a mãe a batizá-lo de Pedro Paulo para homenagear o argentino que naquele 16 de junho de 1986 garantiu a vitória da Argentina frente ao Uruguai nos oitavos do Mundial no México, tornou-se no futebolista com mais partidas jogadas em fases finais de seleções: com 33 jogos no currículo, Muslera ultrapassou as marcas de Diego Forlán e de Maxi Pereira, ambos com 32 jogos com a camisola uruguaia.

Muslera durante o jogo entre o Uruguai e Portugal. Créditos: Francois Nel/Getty Images

A esperança começou a esmorecer aos 40 minutos de jogo, à porta do intervalo, quando Varane marcou o primeiro golo a favor da seleção francesa. Mas ficou assombrada com o “frango” protagonizado pelo francês Antoine Griezmann, que celebrou com pacatez para respeitar o carinho que tem pela seleção do Uruguai.

Fernando Muslera pode ficar de consciência tranquila, no entanto: de frangos está este Mundial cheio, com especial memória para o protagonizado por David de Gea no jogo entre Portugal e Espanha na fase de grupos e para um de Wilfredo Caballero na partida entre a Argentina e Croácia. No primeiro, o frango espanhol permitiu a Cristiano Ronaldo marcar o segundo de Portugal aos 44 minutos: De Gea tocou na bola com a mão enquanto estava de joelhos, mas deixou-a entrar num momento de distração que equilibrou o marcador do duelo ibérico. No segundo, o croata Rebic enganou Wilfredo Caballero e citou a morte do artista para a Argentina na fase de grupos.

O “frango” dos espanhóis em 5 fotos