Uma investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) concluiu que foram as agressões dos três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto de Lisboa que levaram à morte do ucraniano Ihor Homenyuk, em março passado, noticiam o Público e o Diário de Notícias.

Bruno Sousa, Duarte Laja e Luís Silva, em prisão domiciliária desde março por causa do novo coronavírus (caso contrário, teriam sido levados para a cadeia de Évora), serão acusados da prática de homicídio qualificado pelo Ministério Público (MP) que, segundo a TVI, deverá emitir o despacho de acusação durante a próxima semana.

A mesma investigação concluiu que os seguranças que estavam de serviço no Centro de Instalação Temporária (CIT) do aeroporto do Lisboa não estiveram envolvidos. De acordo com o Público, estes não terão tido consciência da gravidade das lesões de Ihor Homenyuk, porque os inspetores do SEF barraram o acesso à sala onde praticaram as agressões que resultaram na morte do ucraniano.

Não é, contudo, certo que o MP não venha a constituir mais arguidos.

Pedidos de silêncio e informações falsas. Como os inspetores do SEF terão ocultado o bárbaro homicídio de Ihor

Ihor Homenyuk morreu a 12 de março no CIT do aeroporto de Lisboa, o único para instalação temporária de migrantes nesta cidade, após ter sido agredido violentamente numa sala do centro. Uma denúncia anónima recebida pela PJ referia que o ucraniano tinha ficado “todo amassado na cara e com escoriações nos braços”. Apesar de no relatório o SEF ter descrito o óbito como natural, o médico legista que autopsiou o corpo de Homenyuk não teve dúvidas de que se tinha tratado de um homicídio, alertando imediatamente a PJ.

O caso da morte de Ihor Homenyuk levou à demissão do diretor e o subdiretores de Fronteiras do aeroporto de Lisboa pela diretora do SEF, Cristina Gatões.