Maatje Benassi está a viver um verdadeiro pesadelo. Funcionária civil no exército americano, participou em outubro nos Jogos Mundiais Militares em Wuhan, a cidade chinesa que foi o epicentro do novo coronavírus. E essa participação está a servir de base para uma campanha falsa que circula nas redes sociais e que a aponta como a paciente zero da Covid-19 nos Estados Unidos. Ponto prévio: Maatje nunca teve qualquer sintoma, nem sequer testou positivo.
Segundo a CNN, foi essa a informação que começou a circular massivamente nas redes sociais e que chegaram a ser reproduzidas inclusivamente por alguns meios de comunicação social chineses, ligados ao Partido Comunista chinês. A informação publicada nas redes sociais daria conta dos perfis de Maatje e do seu marido que acabaram inundados por mensagens de ódio, obrigando-os a cancelar as contas. Diariamente o casal, que continua a trabalhar para o exército americano, denuncia publicações e vídeos no Youtube que dão conta desta falsa informação, mas ainda não conseguiram acabar com a calúnia e com a campanha difamatória.
Maatje Benassi, a US Army reservist and mother of two, has become the target of conspiracy theorists who falsely place her at the beginning of the coronavirus pandemic, saying she brought the disease to China. https://t.co/V9ZKOh5RqN pic.twitter.com/ummkk27U1M
— CNN (@CNN) April 27, 2020
“É como acordar de um pesadelo, entrando em um pesadelo dia após dia”, disse Maatje Benassi à CNN. “Quero que parem de me assediar, porque isto é cyberbullying“, acrescentou Maatje, visivelmente emocionada à CNN.
A CNN contactou com um dos utilizadores que ajudou a difundir esta informação. Chama-se George Webb, é também americano, tem de 59 anos. A sua publicação sobre Maajte tem mais de 27 milhões de visualizações e quase 100 mil seguidores no YouTube. O autor mantém a teoria que foi ela quem trouxe o vírus para os Estados Unidos.
Os últimos números dão conta de que nos EUA são já 963.168 o número de casos confirmados de Covid-19, que já provocou 54.614 mortos.