Maatje Benassi está a viver um verdadeiro pesadelo. Funcionária civil no exército americano, participou em outubro nos Jogos Mundiais Militares em Wuhan, a cidade chinesa que foi o epicentro do novo coronavírus. E essa participação está a servir de base para uma campanha falsa que circula nas redes sociais e que a aponta como a paciente zero da Covid-19 nos Estados Unidos. Ponto prévio: Maatje nunca teve qualquer sintoma, nem sequer testou positivo.

Segundo a CNN, foi essa a informação que começou a circular massivamente nas redes sociais e que chegaram a ser reproduzidas inclusivamente por alguns meios de comunicação social chineses, ligados ao Partido Comunista chinês. A informação publicada nas redes sociais daria conta dos perfis de Maatje e do seu marido que acabaram inundados por mensagens de ódio, obrigando-os a cancelar as contas. Diariamente o casal, que continua a trabalhar para o exército americano, denuncia publicações e vídeos no Youtube que dão conta desta falsa informação, mas ainda não conseguiram acabar com a calúnia e com a campanha difamatória.

“É como acordar de um pesadelo, entrando em um pesadelo dia após dia”, disse Maatje Benassi à CNN. “Quero que parem de me assediar, porque isto é cyberbullying“, acrescentou Maatje, visivelmente emocionada à CNN.

A CNN contactou com um dos utilizadores que ajudou a difundir esta informação. Chama-se George Webb, é também americano, tem de 59 anos. A sua publicação sobre Maajte tem mais de 27 milhões de visualizações e quase 100 mil seguidores no YouTube. O autor mantém a teoria que foi ela quem trouxe o vírus para os Estados Unidos.

Os últimos números dão conta de que nos EUA são já 963.168 o número de casos confirmados de Covid-19, que já provocou 54.614 mortos.