Um carro dos Bombeiros de Fátima despistou-se e capotou quando se deslocava para o combate ao fogo em Carregal, Ourém, este sábado, noticiou o Mirante. Os cinco ocupantes do veículo ficaram feridos e um deles teve que ser desencarcerado e o seu estado de saúde inspira mais cuidados. Até às 18h30 deste sábado registaram-se 128 incêndios (um deles uma reativação), que mobilizaram 3.700 operacionais, especialmente bombeiros, cerca de mil veículos e 83 meios aéreos

A Proteção Civil já tinha previsto um aumento do risco de incêndio por causa das altas temperaturas e do vento esperados  para estes dias e até lançou vários alertas de comportamentos de risco, como não fazer queimadas ou lume em espaços florestais, ou por exemplo usar algumas máquinas agrícolas ou lanças balões de mecha acesa e foguetes.

De todos os incêndios, quatro foram considerados pela Proteção Civil como os mais problemáticos, numa conferência de imprensa ao final da tarde: dois no distrito do Porto, um em Valongo e outro em Paredes, um em Ourém, no distrito de Santarém, e outro em Bodiosa, distrito de Viseu.

Em Carregal, Ourém (distrito de Santarém), o incêndio começou pelas 15h41 num povoamento florestal. Chegou a ser combatido por 96 operacionais, 23 viaturas e cinco meios aéreos e acabou por levar, já à noite, ao corte do IC9. Pelas 21h00, segundo a Proteção Civil, o fogo foi dado como estando em resolução.

Além dos cinco bombeiros feridos devido ao capotamento de um veículo autotanque, um deles em estado grave, registaram-se mais cinco feridos, “dois por exaustão e três com ferimentos ligeiros”, tendo sido assistidos no local.

O fogo chegou a ter três frentes, muito também devido aos “ventos erráticos”, e esteve ativo em zona de floresta, sem pôr em perigo habitações.

O incêndio na Serra de Valongo,  que reacendeu este sábado depois de ter sido dado como dominado no final de tarde de sexta-feira, colocou  “habitações em risco, em Sobrado”, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) levando mesmo à evacuação de habitações.

Em declarações à Lusa, fonte do CDOS indicou que não estava em posse de informação precisa dos operacionais no terreno, mas admitiu que podem estar a ocorrer evacuações nessas casas em risco, depois do reacendimento do incêndio que deflagrou na manhã de sexta-feira e foi dado como dominado às 19h15 desse dia.

Pelas 17h45, segundo a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil, estavam no terreno 185 operacionais, apoiados por 51 viaturas e um meio aéreo. Já à noite a autoestrada A41 teve que ser cortada por causa das chamas.

Este incêndio foi dado como dominado às 05h45, disse este domingo à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Pelas 14h13, na freguesia de Bodiosa, no concelho de Viseu, tinha deflagrado um fogo que estava a ser combatido por 186 operacionais, apoiados por 52 viaturas e quatro meios aéreos. Este incêndio foi dado como dominado às 02h05, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu. De acordo com os números registados na página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, estão no terreno 205 operacionais, auxiliados por 71 viaturas.

Na freguesia de Arões, concelho de Vale de Cambra, distrito de Aveiro, registou-se um quarto fogo que chegou a mobilizar mais de 200 operacionais, apoiados por 59 viaturas e oito meios aéreos.

Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio deflagrou às 13h18, na freguesia de Arões, estando a consumir uma área de “povoamento florestal”.

Às 15h05, segundo o ‘site’ da ANEPC, estavam empenhados no combate ao incêndio 205 operacionais apoiados por 59 viaturas e oito meios aéreos.

Há distritos que passam a alerta amarelo no domingo

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) reduz a partir de domingo o nível de alerta em vários distritos e deixa em alerta especial de nível vermelho, o mais grave, apenas dois distritos, Castelo Branco e Guarda.

Até este sábado, devido à ameaça de fogos, estão 10 distritos no nível mais grave, mas a situação muda a partir da meia noite, disse em conferência de imprensa, na sede da ANEPC, o comandante de agrupamento distrital da proteção civil, Luís Belo Costa.

Tendo em conta as condições meteorológicas previstas, os distritos de Faro, Lisboa e Setúbal passam a alerta amarelo e os restantes distritos do continente ficam a partir de domingo em alerta laranja, o segundo mais grave.

Às 18h30 havia oito incêndios ativos, mas segundo Belo Costa em nenhum deles se registou perdas de habitações ou acidentes com pessoas. Só os quatro incêndios que inspiram maiores cuidados empenhavam às 19h00 cerca de mil operacionais.

Na conferência de imprensa, Belo Costa fez também referência ao incêndio da Serra de Santa Catarina, distrito de Leiria, que foi dominado durante a tarde, tendo os bombeiros descoberto no combate às chamas um veículo carbonizado com uma pessoa também carbonizada, desconhecendo-se as causas, que vão agora ser apuradas.

Segundo fonte da ANEPC, o despiste da viatura poderá ter sido a origem do incêndio.

Belo Costa disse que em relação a sexta-feira, houve menos incêndios, mas houve ocorrências mais violentas, e insistiu para que as pessoas evitem comportamentos de risco, como usar fogo, andar nas florestas ou operar máquinas agrícolas. Alguns dos incêndios deste sábado, disse, deveram-se ao uso de máquinas.