Momentos-chave
- Debate teve luta, mas o bloqueio continua
- Sánchez promete regresso e julgamento de Puigdemont em Espanha
- Abascal acusa Rivera de ser mentiroso
- Abascal e Sánchez em troca de galhardetes sobre a Lei da Memória Histórica. Iglesias junta-se à discussão
- Sánchez não responde a Casado sobre alianças com independentistas
- Casado esquiva-se a responder sobre pactos, mas lista insucessos do PSOE
- Abascal liga imigrantes à violência contra as mulheres
- Casado de acordo com Iglésias: "Contra esses energúmenos das 'Manadas', não há nenhuma dúvida"
- Iglésias e Sánchez no passa-culpas pela falha em formar governo
- Rivera: "O que proponho é um governo que não roube, um governo decente"
- Casado diz que Sánchez levará o país a uma recessão
- Declarações finais sobre Catalunha
- Abascal pede ilegalização de partidos independentistas catalães
- Casado responde a Rivera
- Albert Rivera mostra mosaico que atiraram a polícias em Barcelona
- Catalunha. Sánchez propõe "convivência", mas sugere medidas críticas para o independentismo
- Pablo Casado diz que só PP pode evitar governo do PSOE
- Iglesias insiste em governar com PSOE e acena com fantasma de crise sob governo de direita
- O mapa do debate: Cinco temas, com Pablo Iglesias a abrir e a fechar
Histórico de atualizações
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Debate teve luta, mas o bloqueio continua
E aqui fica a análise do Observador a este debate em que, ao fim de três horas de discussão, el bloqueo parece continuar.
O debate entre os cinco candidatos espanhóis teve luta, mas o bloqueio continua
Obrigada por ter estado connosco.
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E chega assim ao fim o debate. Foram praticamente três horas, em ritmo frenético, que abordaram os principais temas que preocupam o país: a crise na Catalunha, a economia, as políticas sociais, as possíveis coligações de governo e a política internacional.
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Pablo Iglesias e o relato de uma cidadã de 28 anos
Pablo Iglesias diz que crê que os espanhóis estão “cansados” de ouvir os minutos finais dos políticos em debate, razão pela qual preferiu dar voz ao queixume de uma cidadã não identificada:
“Tenho 28 anos e passei a vida toda a estudar para acabar a fazer uma coisa para a qual não estudei. Um trabalho onde nem sequer me dão 15 minutos para sair para comer. Queria ir viver com o meu namorado, mas com o preço dos alugueres em Valência é impossível”, começa o relato, que enumera várias das dificuldades que enfrenta e termina dizendo que “a mudança é possível”.
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Casado: "Que não me trema o pulso perante os separatistas"
“Gostava de estar na tua casa, olhar-te nos olhos e apertar-te a mão com força e pedir-te a tua confiança para liderar uma mudança em Espanha. Quero ser o Presidente que está ao teu lado, que te é útil e te acompanha nas tuas preocupações, que também são as minhas. Quero liderar um governo de verdade. Que não me trema o pulso perante os separatistas nem as pernas para resolver a crise económica e social que a esquerda sempre nos deixa”, disse Casado.
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Sánchez diz que PSOE defende "coesão territorial" com "coesão social"
Pedro Sánchez começa a sua intervenção dizendo que “não é verdade” que o PSOE esteja disposto a negociar com independentistas. “Não partilhamos da visão do senhor Iglesias de que para aumentar o salário mínimo tenhamos de por em causa a unidade de Espanha”, acusa.
“Também não partilhamos a visão da direita de que, para manter a unidade nacional, tenhamos de renunciar às políticas sociais”, acrescenta. O PSOE pede assim que a “coesão territorial” e a “coesão social” andem “de mãos dadas”.
O voto no Partido Socialista, diz, permitirá que haja “um governo forte”.
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Rivera assume-se como o centro-liberal
“Quantas vezes na vida nos disseram que não se pode? Que não se pode ter um trabalho e filhos ao mesmo tempo? Que é muito difícil montar um negócio, ‘não o faças, não se pode’. Disseram-nos que os espanhóis não têm remédio, que nunca daremos as mãos para olhar para o futuro juntos. Mas claro que se pode. Digo-te a ti, que levanta a tua família todos os dias contra ventos e marés. Ou a ti, que montaste um projeto perante todos os obstáculos ou burocracia ou aqueles que encontraram trabalho ou os que superaram um grande doença”, começou por dizer.
“Se queres mudar as coisas, claro que se pode. Se és liberal, vota liberal. Se és do centro, vota no centro. Se é corajoso, vota nos corajosos. Não votes com medo, ódio ou resignação. Vota com esperança, vota com vontade em quem mais te agrada. Vota com a cabeça, vota com o coração. Vota pelo que sentes, vota pelo que és, vota Ciudadanos”, terminou o líder do partido naranja.
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Abascal fala em oportunidade para Vox falar "sem manipulações"
Começa agora a ronda final de intervenções dos candidatos.
O primeiro é Santiago Abascal do Vox, que começa a dizer que os espectadores “tiveram a oportunidade de escutar, sem manipulações, as propostas do Vox”. “Agora podem julgar por vós mesmos”, diz.
De seguida enumera algumas das principais medidas do partido: uma “baixa histórica” de impostos, alterações nos estatutos das Autonomias “para devolver igualdade aos espanhóis” e combate à “ditadura” que se instalou que coloca “homens contra mulheres e força netos a condenar os seus avós”.
Antes disso, tinha erguido outra bandeira do partido: “Combater a imigração ilegal que traz delinquência às nossas ruas e que prejudica os espanhóis mais modestos.”
“Boas noites e viva Espanha”, termina Santiago Abascal.
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Santiago Abascal: "Portugal é uma nação-irmã"
E eis que Santiago Abascal fala na necessidade de Espanha criar alianças com outros países e aponta Portugal como um desses exemplos.
“Temos de aproximar-nos dos países europeus que defendem a sua própria soberania, temos de olhar para a América Hispânica, a Hispanoesfera. Até para a Iberoesfera, com Portugal, que é uma nação-irmã. Dessa forma a Espanha pode ter mais força dentro da União Europeia”, afirma o líder do Vox.
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Sobre a frase de Sánchez acerca de Puigdemont, quem parece não ter gostado foi Pablo Iglesias. “Eu acredito na separação de poderes”, diz o líder do Unidas Podemos sobre esse tema.
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Sánchez promete regresso e julgamento de Puigdemont em Espanha
“Vocês, senhor Casado, deixaram fugir o senhor Puigdemont. Eu comprometo-me, hoje e aqui, a trazê-lo de volta a Espanha e a prestar contas à justiça espanhola”, disse Pedro Sánchez.
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“Quem diria!… Pensar em Merkel e Macron, os liberais ou o Partido Popular Europeu, que colocam cordões sanitários à ultradireita e não à social-democracia, que é o que fez o senhor Rivera ou o senhor Casado”, disse Pedro Sánchez.
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Abascal fala sobre multilateralismo e globalização e defende que Trump não deve ser criticado
Abascal diz agora que a “Europa cristã” está ameaçada pela política imposta por Bruxelas de quotas para acolher refugiados. De seguida vira-se para a globalização: “O multilateralismo levou-nos ao desamparo, é preciso reforçar as relações bilaterais.”
“Não é possível defender as relações com os EUA se estamos sempre a ofender o seu Presidente”, acrescenta o líder do Vox. “Nós temos de defender os espanhóis.
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Rivera contra protecionismo: "O comércio é a civilização"
Chega a vez de Rivera, falando contra os “protecionistas”, termo que atribui a Sánchez, Iglesias e Abascal. “O comércio é a civilização”, disse.
“Quando um país confia nos seus produtos, quando temos bons produtos há que confiar neles e tirar-lhes os limites. Entrar numa guerra comercial protecionista como propõem aqui os populistas é uma loucura, porque vai prejudicar-nos”, disse.
E propôs acordos comerciais com EUA, Japão e América Latina.
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Iglesias: "A soberania não se defende com bandeiras, defende-se com medidas"
Pablo Iglesias pede para acrescentar “um pormenor” e enumera uma lista de ex-governantes e as grandes empresas para onde trabalham atualmente, dizendo “isto são portas giratórias, isto é corrupção legal”.
Depois, sobre o tema internacional, deixa a seguinte ideia: “Acho curioso que voltemos a falar da Catalunha quando se está a falar de política internacional”.
“Penso que a segurança não é dada pelos muros nem pelo racismo”, diz Iglesias, acrescentando que “a soberania não se defende com bandeiras, defende-se com medidas do governo.” Em vez disso, o líder do Unidas Podemos propõe medidas de proteção dos trabalhadores e das empresas espanholas face às grandes multinacionais.
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Casado diz que sanções dos EUA o "envergonharam"
“Senti vergonha quando os EUA se puseram contra Espanha pela sua convivência com um regime ditatorial, que segunda Bachelet, que não é suspeita de ser de direita, cometeu 7 mil execuções sumárias, torturas e violações nas prisões de jovens indefesos”, disse.
Esse país, resta dizer, é a Venezuela e as sanções foram contra bens como vinho. “Vá à Casa Branca e seja recebido, como foi a França ou Alemanha, para lutar contra as tarifas”, atirou Casado.
Também criticou a visita que o Governo de Espanha decidiu, enviando para Cuba o Rei de Espanha.
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Sánchez diz que Vox faz "discurso do ódio"
Pedro Sánchez comenta que “as migrações não surgiram com o Partido Socialista” e até atira números sobre os anos de governação do PP: “Entre 2013 e 2017 as entradas irregulares aumentaram em 300%”.
“O que estamos a ouvir aqui é um discurso de ódio, como faz o senhor Salvini”, disse, referindo-se a Abascal e ao Vox. “O que defendemos é uma política de migração controlada e humana.”
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Rivera: "Onde é que está o governo de Sánchez na Venezuela?"
Segue-se Rivera, no tema da política internacional, dizendo que a sociedade espanhola é, no panorama global, um “peso pesado” ao passo que o governo é um “peso pluma”.
“Um peso pluma que não faz nada por exemplo na política internacional na América Latina. Onde é que está o governo de Sánchez na Venezuela? É sempre o último na fila, a arrastar os pés”, disse. “Não podemos olhar para o outro lado perante ditadores, não só os mortos mas também os vivos. Também há que ter coragem perante os ditadores vivos!”, atirou-lhe o líder do Ciudadanos.
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Abascal fala sobre as críticas de que é alvo: "A etiqueta de eurocéticos é gratuita"
Santiago Abascal responde à pergunta sobre se as medidas do Vox não são demasiado eurocéticas e xenófobas. “A etiqueta de eurocéticos é gratuita”, diz o líder do partido. “Não há nenhuma nação sem fronteiras.”
“Neste debate há dois modelos. De um lado está o modelo do Vox, que defende a identidade, do outro um modelo que defende a diluição das identidades no multiculturalismo que fracassou”, afirma. “A globalização responde aos interesses de elites políticas supranacionais”, acrescenta ainda.
Mais uma vez, reforça a necessidade de ter “fronteiras seguras” e de acabar com a “imigração ilegal”.
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Começa o último bloco do debate, que será sobre política internacional. Começa a falar Santiago Abascal.
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Abascal acusa Rivera de ser mentiroso
Albert Rivera aproveita para se juntar à discussão, dizendo que só vê ali “ódios”.
“O senhor diz nos seus comícios que todos os ‘vermelhos’ são perigosos”, diz Rivera, apontando para Abascal. “E o senhor Sánchez…”, acrescenta, não conseguindo terminar a frase, porque Abascal tenta de imediato defender-se.
“O senhor mente e fá-lo frequentemente”, acusa o líder do Vox, diringido-se ao responsável do Ciudadanos. Rivera pede para terminar e diz que se Abascal diz que os ‘vermelhos’ são perigosos, Sánchez fala como se todas as pessoas de direita fossem “fascistas”.
O embate entre os dois continua durante alguns segundos ainda, não se percebendo bem o que vão dizendo. Pedro Sánchez, entretanto, folheia atentamente as suas folhas, como se não estivesse a ouvir a discussão.