O grupo B jogava-se em dois campos — e em duas televisões. De um lado Portugal que, com alguns solavancos (entenda-se um empate concedido já para lá dos 90′ e muuuuito sofrimento), carimbava a presença nos oitavos de final. Do outro, uma Espanha que, igualmente com um empate e igualmente com alguns percalços, também conseguiu avançar, e em primeiro, rumo à fase seguinte. A ‘la roja’ teve muitas dificuldades em transpor a muralha marroquina e foi preciso Iago Aspas vestir a capa de super-herói para descansar as almas espanholas mesmo ao cair do pano. O VAR também desempenhou um papel fulcral: o golo tinha sido anulado por fora de jogo, mas a consulta da tecnologia permitiu colocar justiça no lance.
Ainda assim, não se pense que a imprensa espanhola perdoou o sofrimento. O El Mundo é o mais categórico: “Espanha primeira sem saber como”, lê-se quer na manchete, quer na crónica do jogo. O jornal considera que a Espanha é “a mais previsível, a mais errática, a pior durante muito tempo, desnorteada, desgastada, quebrada, e estará nos oitavos de final como primeira do grupo fazendo tudo para que assim não fosse”.
Todos os outros jornais dão destaque ao papel decisivo da tecnologia nesta partida. O catalão Sport escreve que “o VAR guia Espanha aos oitavos como líder”. No artigo em que faz o rescaldo do encontro, o periódico considera que “o final acidentado não deve tapar outra partida preocupante da ‘la Roja’.
O El País segue o mesmo caminho. Na manchete, escreve que “Espanha empata com Marrocos graças ao VAR”. O jornal escreve que a seleção espanhola “tem de melhorar muito para colar-se aos quartos de final do Mundial” e vai mais longe: “Neste momento, não é favorita para impor-se à Rússia”.
O AS segue a mesma linha, dizendo que Espanha foi “abençoada pelo VAR”, tal como a Marca, que, na sua manchete, reduz a presença da ‘la roja’ na fase seguinte ao desempenho da tecnologia. Neste último periódico, lê-se ainda que a seleção do país vizinho conseguiu uma “liderança inesperada” e que Marrocos “destapou o saco das dúvidas da equipa, intranquila desde o terramoto da primeira semana”. Diz ainda que “o único motivo para alegria é Isco, que está noutra fase de inspiração” e que “domingo há outro Mundial, o de verdade”.