Em vez de queimar livros como o do Riccardo Marchi, esta extrema-esquerda académica devia tentar uma coisa mais simples: escrever livros minimamente legíveis, minimamente académicos e ‘científicos’, livros que não sejam meros almanaques dos campos de férias do Bloco de Esquerda; devia criar pensamento, e não as caixas de conformismo 'progressista' que transformam o 'progressismo' numa ortodoxia fanática
Hannah Arendt, que também teve os seus livros ‘queimados’, estabeleceu a diferença moral e concetual que é a condição sine qua non do trabalho intelectual: ‘perceber’ não é ‘desculpar’. Riccardo Marchi fez um livro que procura ‘perceber’ um fenómeno político, o Chega, que passou de 700 militantes (2019) para 10.000 militantes (2020). Não queremos acompanhá-lo neste esforço de compreensão? Não queremos perceber o populismo por dentro para assim ficarmos a par das suas fraquezas? As boas consciências são demasiado virtuosas para sujar as mãos na realidade?
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