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Falta de consenso deixa tudo em aberto no Sínodo

18 out, 2014 • por Aura Miguel, em Roma

O acesso aos sacramentos por parte dos divorciados recasados, ou questões ligadas à homossexualidade, dominaram grande parte das discussões. Documento final votado este sábado.

Falta de consenso deixa tudo em aberto no Sínodo
No final de 15 dias de Sínodo agitado por discussões, críticas e tensões, sem que o Papa tenha usado uma só vez da palavra, ainda não se sabe quais vão ser as conclusões do documento final, a ser votado ainda este sábado.

A falta de consenso sobre algumas questões relacionadas com o acesso aos sacramentos por parte dos divorciados recasados, ou com questões ligadas à homossexualidade, dominou grande parte das discussões, inclusive, nos vários encontros com os jornalistas na Sala de Imprensa do Vaticano, facto que mereceu vivos protestos por parte de um grande número de bispos e cardeais – quase todos de continentes fora da Europa.

Entretanto o Sínodo aprovou na manhã deste sábado uma mensagem onde agradece às famílias o seu testemunho de fidelidade, fé, esperança e amor, reconhecendo as dificuldades que atravessam, não só no seu seio, mas também no actual contexto económico, político e social.

“Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta no acolhimento, sem excluir ninguém. Estamos por isso gratos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a tomar conta das lacerações interiores e sociais dos casais e das famílias”, assinala o documento, divulgado pelo Vaticano.

O Cardeal Gianfranco Ravasi, autor da mensagem, explica que é apenas "um discurso de consolação e de exortação" e que o grande resultado do Sínodo não é esta mensagem, mas o documento final.

"É um texto que, por um lado, deve dar alívio e esperança ás dificuldades nas quais vive a família contemporânea; mas, por outro lado, deve também exaltar e exortar, para se realçar o esplendor, a beleza, a riqueza que a Família tem", acrescenta.

O texto deixa ainda uma palavra particular às famílias de refugiados, aos que atravessam o mar para “chegar a um destino de sobrevivência” e aos que são perseguidos por causa da sua fé, “atingidos pela brutalidade das guerras e das opressões”.

Os bispos também reflectiram “sobre o aceso aos sacramentos dos divorciados recasados”, mas, de concretos, nada mais se adianta.

O chamado ‘relatório final do Sínodo’, que conclui esta da assembleia extraordinária de bispos, vai ser votado ainda este sábado.