O caso de Rúben Cavaco, o jovem de 15 anos agredido pelos filhos gémeos do embaixador do Iraque em Lisboa, já chegou à imprensa internacional. Em todos eles, a tónica está posta no facto de Hadid e Ridha, de 17 anos, estarem ambos protegidos por imunidade diplomática por causa do cargo ocupado pelo pai. Nenhum deles invocou essa imunidade até agora.
A 21 de agosto, quatro dias depois de a história da agressão ter vindo a público, a Euronews escreveu que Portugal se estava a “a preparar para uma disputa diplomática com o Iraque após um ataque brutal”. O canal internacional de notícias escreveu que o governo português pretendia pedir ao Iraque para retirar a imunidade diplomática aos filhos do embaixador, autores confessos da agressão que colocou o rapaz de Ponte de Sor no Hospital de Santa Maria.
O artigo da Euronews reencaminha para uma informação veiculada pelo jornal inglês Independent dois dias antes. No título lê-se: “Os filhos gémeos do embaixador do Iraque em Portugal atacaram adolescente e deixaram-no em coma — mas estão protegidos por imunidade diplomática”. Os primeiros parágrafos do texto dedicam-se a explicar o sucedido e que Rúben Cavaco acabou no hospital. Depois, o jornal britânico conta que, apesar do direito à imunidade, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português pode pedir ao Iraque que esse instrumento diplomático seja retirado neste caso.
Ainda na imprensa britânica, o Telegraph noticiou o caso dizendo que “os filhos de um diplomata iraquiano evitam acusação sobre uma alegada agressão terrível graças à imunidade diplomática”. Além de um mapa onde o jornal explica onde tudo aconteceu — o jovem agredido é natural de Ponte de Sor, onde os filhos de Saar Mohammed Ridha estão a tirar um curso para pilotar aviões –, conta que foram os funcionários de recolha de lixo que encontraram o corpo de Rúben Cavaco no chão e inconsciente. Foi então que foi levado para Lisboa, onde foi colocado em coma induzido para ser submetido a uma reconstrução facial.
Nos Estados Unidos, o The New York Times conta que “os filhos de um diplomata iraquiano estão a ser investigados em Portugal por causa de agressão”. Esta terça-feira, o jornal norte-americano destaca as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros que adjetiva este caso de “extremamente grave”. O Al Arabyia já escreveu duas notícias sobre o assunto. A última, publicada esta terça-feira, realça que, apesar de os dois rapazes defenderem que também foram atacados, “nenhum deles tem ferimentos visíveis”.