Momentos-chave
- Marcelo: “Mais nenhum português teria conseguido este êxito”
- Com Trump, como com os restantes a prioridade é "reformar as Nações Unidas"
- Guterres na conferência de imprensa: tempo de reconciliação
- "As Nações Unidas devem estar preparadas para a mudança"
- "O fim da Guerra fria não foi o fim da história"
- Guterres presta juramento
- Ban Ki-moon despede-se confiante na "paixão e compaixão" e Guterres
- "É um excelente sinal das boas relações de Portugal com a generalidade dos países"
- "É um dia único", descreve Marcelo que recorda a juventude com Guterres
Histórico de atualizações
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Fica por aqui o liveblog que acompanhou em direto o juramento e discurso de António Guterres nas Nações Unidas, bem como as respetivas reações. Daqui a momentos, poderá ler no Observador o texto mais detalhado com os principais pontos da intervenção do secretário-geral da ONU indigitado.
Obrigada por nos ter estado a acompanhar e boa noite.
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"É um dos melhores de todos nós", diz Ferro Rodrigues
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, também deu nota pública dos seus votos de “maiores sucessos” para António Guterres que diz ser “um dos melhores de todos nós, encontrando-se particularmente preparado para enfrentar, como Secretário-Geral das Nações Unidas, a complexidade dos problemas do mundo atual”.
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Marcelo: “Mais nenhum português teria conseguido este êxito”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou o dia de hoje, em que António Guterres prestou juramento como secretário-geral da ONU, como de “unidade nacional” e defendeu que “mais nenhum português teria conseguido” este êxito.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou o dia de hoje, em que António Guterres prestou juramento como secretário-geral das Nações Unidas, como de “unidade nacional” e defendeu que “mais nenhum português teria conseguido” este êxito.
Em declarações aos jornalistas poucos minutos depois da cerimónia de juramento de António Guterres, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o chefe de Estado fez questão de cumprimentar em primeiro lugar o Governo, tendo ao seu lado o primeiro-ministro, António Costa.
“Felicitar todos os portugueses porque trata-se de um dia de unidade nacional, cumprimentar o primeiro-ministro, porque o Governo teve um papel essencial”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que fez questão de estender essas felicitações aos ausentes ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e embaixador português junto das Nações Unidas, Álvaro Mendonça Moura.
Lusa
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O primeiro-ministro António Costa, que assistiu de perto ao juramento de Guterres, considera que o facto de um português ser o próximo secretário-geral das Nações Unidas cria “um quadro novo e exigente” a Portugal.
Hoje, a nossa responsabilidade é maior, de estar à altura e acompanhar esta agenda tão exigente que temos pela frente e que o engenheiro António Guterres elegeu de forma brilhante no discurso que fez”, disse Costa, no final da cerimónia desta segunda-feira, em Nova Iorque.
Depois de Guterres ter referido os valores da paz, a segurança, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável ou a igualdade de género como princípios que pretende defender no seu mandato, Costa disse que “Portugal, agora, tem o dever de estar na primeira linha do respeito por estes valores e ajudar António Guterres a cumprir este mandato no quadro das Nações Unidas”.
Guterres “transcendeu-se a si próprio e tenho a certeza que ao longo deste mandato o irá fazer também, só isso explica uma unidade nacional e uma unidade nas Nações Unidas”, considera António Costa.
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O momento do juramento de António Guterres registado pelas Nações Unidas:
#UNSG-designate Antonio Guterres takes oath of office for #SecretaryGeneral and delivers remarks to #GeneralAssembly after being sworn in. pic.twitter.com/IK8Gqej2qv
— United Nations Photo (@UN_Photo) December 12, 2016
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E o primeiro-ministro português, António Costa, publicou um tweet elogioso sobre Guterres:
Os desafios de António Guterres como Secretário-Geral da @UN serão grandes, mas maiores os desafios, maiores se revelam os homens. #UNSG pic.twitter.com/F6GLz5LtoI
— António Costa (@antoniocostapm) December 12, 2016
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O presidente da Assembleia-geral da ONU — que conduziu a sessão — também destacou no Twitter uma das frases do discurso do secretário-geral indigitado:
"Humanitarian response, sustainable development and #SustainingPeace are three sides of the same triangle" – #NextSG António Guterres pic.twitter.com/jddPLRETnD
— UN GA President (@UN_PGA) December 12, 2016
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No Twitter seguem-se as reações à cerimónia de juramento e também ao discurso de António Guterres:
António #Guterres' 1st MTG w/Intl Press as #UNSG "Humbled for this opportunity to serve Int'l community, we'll work on diplomacy for #peace" pic.twitter.com/yEAA5pskkq
— Italy UN New York (@ItalyUN_NY) December 12, 2016
Incoming @UN Secretary-General Guterres "Humanitarian response, #sustainabledevelopment & sustaining peace are 3 sides of same triangle" pic.twitter.com/i5pKpjN1fG
— La France à l'ONU ???????????????? (@franceonu) December 12, 2016
Congratulations to incoming Secretary General Antonio #Guterres on taking the Oath of office. #Kuwait looks forward to working with you! pic.twitter.com/GdAOH45BCb
— Kuwait Mission to the UN ???????? (@KuwaitMissionUN) December 12, 2016
Thrgh my appointments you'll see gender parity as clear priority frm top to bottom,respected by all-António Guterres,asked abt first 100days
— UN Women (@UN_Women) December 12, 2016
#Albania ???????? congratulates newly sworn UNSG Antonio Guterres& praises his commitment to serve to our common humanity pic.twitter.com/90rnfARB6e
— Albania in UN (@AlMissionUN) December 12, 2016
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Paz, Justiça, Respeito, Direitos Humanos, Tolerância, Solidariedade: os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, que António Guterres garante querer defender no seu mandato como secretário-geral.
Peace
Justice
Respect
Human rights
Tolerance
SolidarityAntónio Guterres cites these values enshrined in UN Charter in address to #UNGA pic.twitter.com/wGOzeDfRxf
— United Nations (@UN) December 12, 2016
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O secretário-geral designado das Nações Unidas respondeu aos jornalistas que a sua agenda para os primeiros 100 dias tem “um elemento muito importante para dar um sinal claro de que a paridade de género é um imperativo”. António Guterres sublinhou que a paridade de género vai atravessar todos os aspetos da organização da ONU, e que será “respeitada por todos”.
A última pergunta foi de uma jornalista chinesa, sobre as expetativas que o português tinha sobre a China. Guterres respondeu que na sua recente visita a Pequim “ficou muito claro o empenho do presidente e do governo chinês com o multilateralismo, no sentido de reforçar as instituições multilaterais no mundo”.
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Pela segunda vez, Guterres pede aos jornalistas que as perguntas sejam feitas sem o prefixo “sua excelência“.
A pergunta é sobre a crise na Síria e o que poderá o próximo secretário-geral das Nações Unidas fazer de diferente para lidar com o conflito. Guterres explica que quer ser um “intermediário honesto”, um elemento que vai “construir pontes” entre os vários intervenientes no conflito.
Eu sei que o secretário-geral não é o líder do mundo, o papel do secretário-geral é para ser visto com um valor acrescentado” e um “apoio” a quem tem, de facto, poder na resolução dos conflitos: os líderes políticos de cada Estado.
O objetivo, ainda assim, é claro: “Acabar com esses conflitos”, que mudaram muito nos últimos 50 anos. “Quando eu estava na escola e estudava História, quando lia os livros de História, todas as guerras tinham um vencedor, [mas] hoje, as guerras não têm vencedores, todos perdem“.
Na Síria, essa ideia ganha um peso maior. Um conflito que continua a provocar “um sofrimento terrível à população” do país e que representa “um fator de instabilidade na região” mas que se espalhou já a outros pontos do globo, transformando-se num significativo “contributo” para o crescimento do terrorismo. Acabar com a guerra na Síria “corresponde a uma necessidade de todos nós”.
É uma guerra em que ninguém ganha, todos perdem , é uma ameaça para todos no mundo”
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Com Trump, como com os restantes a prioridade é "reformar as Nações Unidas"
Surge agora uma pergunta feita pela comunicação social portuguesa e relativa, mais uma vez, à relação que terá, como líder das Nações Unidas, com os países mais influentes, nomeadamente com os EUA e a nova administração de Donald Trump. Guterres volta a colocar esta relação ao nível de “todos os contatos” que terá daqui para a frente, sublinhando apenas a “necessidade de estabelecer uma plataforma de cooperação baseada na vontade de reformar as Nações Unidas, de fazer uma organização mais eficiente, com maior capacidade de resposta e que seja um valor acrescentado para todos, principalmente para as principais potências, incluindo a que nos acolhe aqui em Nova Iorque”.
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António Guterres refere que um dos maiores desafios é “multiplicação de conflitos que parecem nunca morrer”. O futuro secretário-geral da ONU quer reformar a arquitetura de paz das Nações Unidas, a prevenção dos conflitos, o peace keeping e o peace building, sem esquecer o objetivo de tornar realidade os Acordos de Paris.
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A primeira pergunta a Guterres tem a ver com a capacidade das Nações Unidas em restaurarem a confiança e anda que mensagem terá para o prxóimo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O secretário-geral da ONU designado responde numa espécie de dois em um: “Para restaurar a confiança, o melhor é dizer a verdade. A verdade é muitas vezes ignorada. Dizer a verdade é a única maneira de estabelecer confiança nas relações humanas e nas relações internacionais”. E Guterres esperar poder fazer isso “com todos os governos e também com a próxima administração dos EUA”.
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Guterres na conferência de imprensa: tempo de reconciliação
António Guterres começa agora a conferência de imprensa nos corredores das Nações Unidas. Antes das perguntas fez uma declaração. O português disse que depois de servir “os mais vulneráveis dos vulneráveis”, os refugiados que fogem de todos os conflitos do mundo, “é tempo de reconciliar as pessoas com os líderes políticos” e reconstituir a confiança nas relações internacionais.
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Nações Unidas devem "combater o medo"
Guterres já o tinha dito e reafirma: o seu objetivo é que, no final do seu mandato, haja um “total equilíbrio de género” nos vários níveis de representação da ONU. Esse princípio devia ter sido cumprido no ano 2000. “16 anos depois, estamos longe desse objetivo”
Há outro objetivo a transparecer do discurso de Guterres: a defesa de uma maior participação dos mais novos, que estiveram “demasiado tempo” excluídos dos processos de decisão.
Essa será uma das vias para combater a “fragmentação” social dos dias de hoje, num tempo que “mais e mais pessoas vivem nas suas bolhas”.
A par dessa atenção às gerações mais novas, um combate ao “medo. “O nosso dever para aqueles que servimos” é defender os valores consagrados na Carta das Nações Unidas, entre os quais a Justiça e a Igualdade. “Espero inspirar essa confiança” enquanto secretário-geral das Nações Unidas, diz Guterres.
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"As Nações Unidas devem estar preparadas para a mudança"
Guterres continua a sua intervenção referindo que “as Nações Unidas nasceram da guerra mas que hoje estão aqui pela paz” e colocando especial enfoque na “prevenção” que “não é um novo conceito, mas o melhor meio de salvar vidas”. Para o futuro, o secretário-geral designado, quer “mudanças”.
E é nesta fase do discurso que António Guterres alinha as “três prioridades estratégicas” do mandato de cinco anos que assume a partir de 1 de janeiro:
- Trabalho pela paz;
- Apoio ao desenvolvimento sustentável;
- Reforma ao nível da gestão interna das NU.
É aqui que pretende basear a sua linha de ação na ONU, chamado os estados-membros “união” nestas reformas e começa por falar do primeiro ponto, para dizer que os agentes das Nações Unidas estão muitas vezes “a tentar manter a paz onde não há paz para cumprir” e fala na “urgência das reformas” na “prevenção” de conflitos. “É tempo de nos comprometermos com a reforma estratégia das Nações Unidas para a paz e a segurança diz”.
Também dá exemplos concretos sobre a reforma interna que pretende introduzir: “Temos de encontrar consenso para a descentralização e flexibilização” da organização. “Não ajuda ninguém demorar nove meses a destacar uma pessoa para o terreno”, atira Guterres provocando um forte aplauso na sala da Assembleia-geral da ONU. “As Nações Unidas têm de ser mais eficientes”, remata.
Guterres ainda declara manter a luta para evitar crimes de abuso sexual, dizendo que as Nações Unidas “ainda não fizeram o suficiente” — ao mesmo temo que refere os esforços de Ban Ki-moon nesse sentido. E promete continuar a lutar pelo Acordo de Paris, outro dos testemunhos que o seu antecessor lhe passa. E define uma triangulação que quer ver presidir à ação da organização: “A resposta humanitária, o desenvolvimento sustentável e a manter a paz são três lados do mesmo triângulo”.
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Guterres recupera espírito de quando assumiu funções como primeiro-ministro, há duas décadas. Havia, nessa altura, uma “onda de otimismo” e uma crença na ideia de que o mundo viveria “em paz” e estabilidade”, com “crescimento económico” garantido para todos.
Passados estes anos, a realidade contraste com esse estado de espírito. “Os conflitos ficaram mais complexos” e “uma nova ameaça surgiu: terrorismo”. Guterres percorre, de uma assentada, os principais problemas no mundo de hoje: concorrência feroz pelos recursos naturais, que aumentaram as tensões e a instabilidade, o desemprego e as dificuldades de boa parte da população, inclusive nos países desenvolvidos, que fizeram crescer “as tensões” entre eleitores e o establishment político. “Muita gente foi deixada para trás“.
Num tempo em que o “medo comanda as decisões de muita gente no mundo, temos de perceber as pessoas e satisfazer as suas necessidades sem perder de vista os valores que nos guiam“, diz Guterres.
“É tempo de os líderes ouvirem e mostrarem que se preocupam”, diz o secretário-geral eleito.
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"O fim da Guerra fria não foi o fim da história"
António Guterres já discursa nas Nações Unidas, para dizer que “o fim da Guerra Fria não foi o fim da História”.
Pior do que isso, “a história voltou com vingança”, disse na ONU o “secretário-geral designado”, para descrever o estado do mundo, cheio de “tensões” e guerras que se multiplicam.
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Guterres cumprimentou Marcelo, Costa, o presidente e vice-presidentes da Assembleia-geral da ONU e os representantes dos grupos regionais, entre outras altas individualidades. Marcelo recebeu o primeiro abraço.