Donald Trump anunciou esta quarta-feira a sua escolha para suceder a James Comey na liderança do FBI. No Twitter, escreveu que irá nomear Christopher A. Wray, “um homem de credenciais impecáveis”, para liderar a instituição. Christopher A. Wray foi procurador-geral dos EUA entre 2003 e 2005, sob a presidência de George W. Bush. Atualmente, é advogado na King & Spalding.

Donald Trump despediu James Comey no início de maio, altura em que o FBI admitia publicamente que estava a investigar os contactos entre a campanha de Donald Trump e o Kremlin. Comey tinha afirmado, em declarações no Senado dos EUA, que iria seguir as provas “onde quer que elas nos levem”.

Na altura, Comey recebeu uma carta, que terá sido entregue por um guarda-costas de Trump no gabinete do diretor do FBI, em que o presidente norte-americano dizia que “embora aprecie o facto de me terem [FBI] informado que não estou a ser investigado, concordo com o acórdão do departamento de Justiça”, um acórdão segundo o qual James Comey “não pode liderar o FBI”.

Mais tarde, veio a descobrir-se que antes de despedir Comey, Trump já lhe tinha pedido para encerrar a investigação aos contactos entre Michael Flynn, o antigo chefe do Conselho de Segurança do presidente, e a diplomacia russa. Numa conversa com Comey, Trump terá dito algo como: “Espero que consigas encontrar uma maneira de deixar passar isto, de deixar passar o Flynn…Ele é um tipo porreiro. Deixa andar”.

Quem é Christopher A. Wray?

O New York Times chama-lhe uma “escolha segura, mainstream, para um presidente que a dada altura começou a equacionar escolher políticos para um cargo que historicamente foi mantido fora da esfera política”. Antigo procurador federal, Wray é mais do que conhecedor do sistema judicial norte-americano e foi o responsável pela supervisão do sistema criminal durante a presidência de George W. Bush.

Wray ficou também conhecido por representar o governador de New Jersey, Chris Christie, no escândalo Bridgegate — membros do gabinete de Christie terão planeado fechar algumas portagens na ponte George Washington com o objetivo de causar um engarrafamento e responsabilizar o mayor de Fort Lee, que não tinha apoiado Christie quando este se recandidatou a governador.

O anúncio da nomeação surge um dia antes de o ex-diretor do FBI, James Comey testemunhar no Senado sobre a investigação à interferência russa nas eleições norte-americanas.