Não há volta a dar. O tema principal da conferência de Rui Vitória no final do jogo com o Nacional foi Jorge Jesus. Antes, quando os jornalistas insistiam no tema, Vitória respondia, mas só respondia uma vez, e ponha um ponto final no assunto. Incomodava-o. Tentava desviar-se dele. Agora, não. Mais perguntas viessem, a mais Vitória responderia. Com um certo gozo — mas sem presunção.

(PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/Getty Images)
Antes de falar do rival e ex-treinador do Benfica, Rui Vitória destacou a estrutura do clube na hora de distribuir os louros. “É uma alegria imensa ser campeão por este clube. Poder partilhar isto com os jogadores e com o meu presidente. É a vitória de quem trabalhou, arduamente, durante muito tempo”, foi a primeira frase do treinador do Benfica após a conquista do “tri”, o 35.º título benfiquista.
Depois, as perguntas com “rasteira”. Em catadupa. Mas Vitória não escorregou em nenhuma. O bate-boca com Jesus foi acalorado. Com mais vitórias do treinador do Sporting do que do do Benfica dentro das quatro linhas. Mas a vitória maior, teve-a Rui esta tarde. Responder a Jesus agora? “Nós somos diferentes. Eu sou diferente. Na minha lista de prioridades, primeiro estou eu, a minha família, os meus jogadores, o staff do Benfica. E lá para nonagésimo lugar vem o treinador do Sporting, depois de outros ex-colegas meus, das senhoras que nos fazem os pequenos-almoços, de um vendedor de pipocas numa festa onde estive e de um motorista que um dia me levou a Fátima”, disse Vitória sobre Jesus, desprezando-o.
Jesus insistiu nos últimos jogos que o Sporting foi a melhor equipa em Portugal. E voltou a frisá-lo hoje, em Braga. Vitória discorda. E socorre-se da matemática. Uma regra de três simples. “Nós não jogámos contra ninguém. Nós jogámos para nós, pelos nossos adeptos. No final ganhou a melhor equipa, que fomos nós. Nós percebemos o que tínhamos de fazer em cada jogo. E fomos uma grande equipa por isso. Ganhou uma equipa com muitas vitórias, muitos golos marcados. A equipa que soma mais pontos é a equipa que é melhor.”
E terminou, lançando a festa para o Marquês de Pombal: “Agora quero é desfrutar. Vamos caminhar por este cidade e não quero pensar em mais nada.”